O Sporting deslocou-se esta terça-feira à Allianz Arena para discutir um lugar na fase seguinte da Liga dos Campeões, entrando em campo com os seus 10 pontos e a necessidade de resistir à pressão de um Bayern que, com mais dois, jogava a vida europeia em casa.
O duelo começou exatamente como se previa: os alemães assumiram o controlo total da bola, enquanto os leões, num 5-4-1 compactado, procuravam fechar todos os caminhos que levassem Rui Silva à aflição.
Aos 2’, o Bayern já ditava o ritmo, empurrando o Sporting para o seu último terço. Harry Kane avisou aos 3’, com uma bomba de longe que passou por cima da barra.
E logo aos 6 minutos, o gigante bávaro acreditou ter inaugurado o marcador: Karl rematou de fora da área depois de assistência de Gnabry, mas o internacional alemão estava adiantado no início da jogada. Golo bem anulado, e o Sporting respirava.
Lennart Karl continuaria a ser um tormento. Aos 12’, recebeu na entrada da área, rodou e atirou perto do poste, num lance que confirmava o domínio total dos comandados de Kompany. O Sporting, ainda assim, mostrava personalidade: era baixo no bloco, mas irrepreensível na entreajuda, segurando o ímpeto adversário nos primeiros 15 minutos.
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Aos 24’, Rui Silva assinou a primeira grande defesa da noite, esticando-se ao limite para negar o típico remate em arco de Gnabry. O Sporting respondeu como pôde — e quase marcou… com a ajuda do adversário. Aos 28’, Geny arrancou pela direita e cruzou tenso; Jonathan Tah, no corte, quase introduziu a bola na própria baliza, valendo a intervenção de Neuer. Foi o primeiro sinal de perigo real dos leões.
O Bayern voltou a carregar e, aos 37’, só o poste travou Harry Kane, após lance de classe pura em que deixou dois jogadores para trás. Antes do intervalo, Karl voltou a assustar, entrando de rompante na área e obrigando Rui Silva a nova intervenção monumental aos 44’. O nulo ao descanso era, para o Sporting, um pequeno triunfo.
Sporting ousa e marca — mas o Bayern responde em fúria
A segunda parte começou com um Sporting mais atrevido, confortável na ideia de que podia ferir o Bayern se encontrasse espaço para transições. E a recompensa chegou cedo: aos 54’, João Simões brilhou pela esquerda, ultrapassou o adversário direto e cruzou para Fresneda. Kimmich, no corte, desviou para a própria baliza. A Allianz Arena silenciou-se — e os 3 mil sportinguistas explodiram. Leões na frente: 0-1.
Mas em Munique, a vantagem é sempre frágil. E o Bayern precisou apenas de dez minutos para virar o jogo. Aos 64’, Olise cobrou um canto com precisão cirúrgica e Gnabry apareceu no segundo poste, beneficiando de um bloqueio de Harry Kane sobre Maxi Araújo. 1-1, sem hipótese para Rui Silva.
Cinco minutos depois, a reviravolta estava consumada. Laimer trabalhou bem pela direita e colocou na área onde Karl, o mais perigoso dos bávaros durante toda a noite, surgiu a fuzilar. Rui Silva tocou na bola, mas não conseguiu evitar o 2-1 aos 69’.
Pelo meio, uma confusão a meio-campo resultou no amarelo para Hjulmand (71’), que falhará o próximo duelo com o PSG — um revés adicional para Rui Borges numa fase decisiva da competição.
A avalanche alemã não terminou aí. Aos 77’, novo canto, desta vez com Kimmich a colocar milimetricamente no segundo poste. Gnabry devolveu para o coração da área, onde Tah apareceu a redimir-se do quase autogolo da primeira parte, fazendo o 3-1 final.
Leões caem, mas não desonram
O Sporting resistiu enquanto conseguiu, chegou a acreditar e até sonhou com uma vitória histórica. Mas o talento individual, a profundidade do Bayern e a forma como os alemães aceleram quando sentem o perigo acabaram por ditar a reviravolta.
Rui Silva foi o melhor dos leões, Simões e Geny mostraram personalidade, Suárez trabalhou imenso na frente, mas faltou capacidade para resistir ao turbilhão bávaro quando este se soltou.
A derrota deixa tudo em aberto na luta pela qualificação direta, num fecho de fase de grupos que promete ser tão intenso quanto imprevisível.
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