Luís Filipe Vieira tem sido apontado à presidência do Benfica, mas ainda não existe qualquer confirmação oficial. O antigo presidente das águias deu uma entrevista ao 'Correio da Manhã' e afirmou que se decidir avançar com uma candidatura, será para vencer.

"Se decidir avançar, é para ganhar. Não tenho uma decisão tomada, mas sinceramente não excluo essa possibilidade em função do que foram os últimos quatros anos", começou por dizer.

"Fui obrigado a pensar nisso. Mais quatro anos iguais a estes e ficaremos na mesma situação económica a que o FC Porto chegou no ano passado e que vai ter reflexos durante muitos anos."

Relativamente à possibilidade de vir a ser destituído como sócio do Benfica, Luís Filipe Vieira mostrou-se despreocupado com essa possibilidade.

"Não, rigorosamente nada. Já tive oportunidade de me pronunciar sobre isso. Trata-se de processo de inquérito de intuito claramente persecutório que é ilegal, mas sobretudo injusto. Não foi um momento feliz, mas sem a gravidade que pretendem atribuir ao mesmo. Foi tão grave que passados mais de cinco anos nada se fez...", referiu.

Nos últimos dias surgiu a informação de que o antigo líder dos encarnados prometia Sérgio Conceição como treinador no caso de uma vitória nas eleições. Agora, o ex-dirigente não exclui essa possibilidade.

"Tenho um acordo com a minha consciência. Ponto. Conheço o Sérgio há anos, muito antes de ser treinador. É um excelente técnico, gosta de ganhar e sabe pôr as equipas a jogar bom futebol. Se cometeu excessos como treinador? Claro, como quase todos cometem. As eleições serão em outubro e tudo o que se diga nessa matéria é especulação. Mas não descarto falar com ele, se ele estiver livre e a avaliação que fizer aponte para ele", concluiu.

Para além disso, afirmou que Bruno Lage não é um treinador "agregador e consensual", apesar de manter a admiração e respeito pelo técnico. Ainda assim, recusou falar sobre o tipo de personalidade que pretende na liderança da equipa.

Durante a entrevista, Vieira foi questionado sobre a contratação e João Félix e lembrou a situação financeira do clube.

"A dívida atual do Benfica já vai quase nos 300 milhões. Há decisões que não dependem, ou não podem depender, apenas da componente desportiva, mas da sustentabilidade do clube, da racionalidade financeira da decisão. Gosto muito do João, foi um produto da formação do meu tempo, sei o seu valor, mas há outras condicionantes que devem ser levadas em linha de conta. Espero que a atual direção tenha isso em conta."

Recorde-se que as eleições do Benfica estão agendadas para dia 25 de outubro e já contam com cinco candidatos: João Diogo Manteigas, João Noronha Lopes, Cristóvão Carvalho, Martim Mayer e Rui Costa.