O Académico de Viseu vai apresentar uma providência cautelar para impedir o arranque dos campeonatos profissionais de futebol, na sequência da rejeição do recurso do União da Madeira que viabilizou a promoção do Santa Clara à I Liga.

"Vamos constituir-nos parte processual e avançar para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD)", disse Pedro Ruas, advogado do clube viseense, terceiro classificado na edição 2017/18 da II Liga, em declarações à Lusa, acrescentando que este processo vai ser acompanhado de uma providência cautelar "para que tenha efeitos suspensivos”.

Na terça-feira, o pleno do Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) julgou improcedente o recurso do União da Madeira, despromovido ao Campeonato de Portugal, no qual pedia a “alteração da qualificação jurídica” da infração cometida pelo Santa Clara, de utilização irregular de jogadores sub-23, que foi punida com uma multa de 6.210 euros.

O emblema madeirense participou do clube promovido desportivamente, alegando que o Santa Clara não inscreveu, pelo menos, dois sub-23 nos jogos com Gil Vicente, Varzim e União da Madeira.

Além disso, contestou ainda a inscrição por parte dos açorianos de um jogador a mais na ficha técnica na visita à Madeira e de não ter, desde fevereiro último, pelo menos, cinco sub-23 no plantel.

O Santa Clara assegurou a promoção à I Liga, com o segundo lugar no segundo escalão, com 66 pontos, mais dois do que o Académico de Viseu, terceiro classificado, enquanto o União da Madeira ‘caiu’ para o Campeonato de Portugal ao terminar o campeonato no 17.º posto, com os mesmos 44 do Sporting de Braga B.

A decisão do emblema viseense já tinha sido avançada no passado dia 21 de junho, em conferência de imprensa, admitindo condicionar a realização do sorteio das competições profissionais, marcado para sexta-feira, em Coimbra.

"Não sei como a Liga vai fazer, mas não foi o Académico a criar esta situação. Houve tempo mais do que suficiente para que a situação tivesse sido resolvida e não terem esperado que desportivamente se resolvesse o problema de incumprimento dos regulamentos por parte do Santa Clara", afirmou hoje Pedro Ruas.

O causídico assumiu-se confiante de uma decisão “favorável” sobre o recurso dos viseenses.

"No TAD todas as partes serão ouvidas e poderemos apresentar e defender a nossa argumentação", sublinhou Pedro Ruas, assinalando que no CD da FPF "apenas o Santa Clara foi ouvido".