Os aficionados pelas corridas automóveis espalham-se por bancadas oficiais ou improvisadas em andaimes, em muros e varandas de casas junto ao Circuito Internacional de Vila Real, onde a paixão pelo desporto motorizado foi transmitida de geração em geração.

A cidade de Vila Real acolhe até domingo o Campeonato do Mundo de Carros de Turismo (WTCR), que conta com a participação do português Tiago Monteiro (Honda) e ainda seis provas nacionais: Campeonato de Portugal de Velocidade, dos 1300, dos Legends, dos Classics e da Kia Picanto GT Cup.

Por estes dias são esperadas muitas pessoas na cidade transmontana, onde as ruas se transformam numa pista de 4,6 quilómetros, e o público espalha-se por bancadas, oficiais e improvisadas em andaimes em muros. Nas casas envolventes à pista as varandas e as janelas ficam também cheias.

“A verdadeira alegria dos vila-realenses é ver a gente da terra a correr neste circuito. O WTCR traz visibilidade ao circuito, mas a nossa verdadeira alegria é ver a gente da terra a correr no circuito de Vila Real”, afirmou Pedro Couto.

O grupo deste aficionado pelas corridas passa os três dias ao longo da pista, a dar apoio os pilotos caseiros e também às barracas de conhecidos, onde se vendem bebidas e comidas.

Um dos pontos de encontro é a barraca do “Salsa”, no final da reta de Mateus e antes de uma ‘chicane’ (sucessão de curvas e contracurvas).

Pedro Couto veio estudar para Vila Real em 1990, mas já tinha vindo às corridas em miúdo. “Este é realmente um desporto espetacular, eu sou um amante de carros, tenho alguns, ainda não consegui correr, mas tenho esse sonho e um dia destes vai acontecer”, salientou.

A barraca do “Salsa” está instalada no quintal de uma casa, onde foi colocado um andaime, lonas para dar sombra, mesas, cadeiras e ali ainda há espaço para quem quiser acampar.

Joaquim Soares veio com a mulher Filomena Soares do Porto, mas para este piloto a experiência este ano faz-se do lado de fora da pista.

“Costumo correr cá todos os anos. Este ano não corri, mas vim ver as corridas porque é um ambiente fantástico, tenho muito amigos das corridas e adoro. Tenho bilhetes para a bancada, mas, para mim, o melhor sítio para ver as corridas é o ‘Salsa’ porque fica aqui numa zona rápida, uma travagem brusca para a ‘chicane’ e um ambiente cinco estrelas”, salientou.

Ficar do lado de fora foi um teste a si próprio, mas disse que se está a divertir. Para a mulher “é uma tranquilidade” e, assim, pode “usufruir das corridas a 100%”.

“A primeira coisa que fizemos foi pedir aos nossos amigos para nos reservarem aqui um lugar na bancada”, salientou, referindo que costuma fazer o rali juntamente com o marido, mas que em “velocidade não há lugar do morto” e, portanto, não poderia ir com ele.

Rui Matos e o filho Miguel circulam de moto ao longo da pista para verem os carros nos melhores ‘spots’, como a reta de Mateus.

“Nascemos no meio disto e é normal que nos esteja no sangue, é inevitável. Tenho gémeos e consegui puxar um, o outro não, mas acho que este anda é pior do que eu”, contou Rui Matos.

Para este aficionado a cidade “sempre foi mais virada para o automobilismo do que para o futebol” devido ao circuito, que teve a primeira edição em 1931. “Acho que 90% da população de Vila Real é apaixonada por isto”, frisou.

João Ribeiro é comissário de pista no Estoril, costuma vir apoiar a organização do circuito de Vila Real e escolhe sempre o “posto 16”, na reta de Mateus.

“Por causa das famílias que aqui estão que são a minha família de acolhimento. São pessoas cinco estrelas, vêm para cá de manhã e saem daqui à noite, quando nós saímos”, frisou.

Na cidade transmontana, descreve, as pessoas, desde os mais pequeninos aos mais graúdos, gostam de Vila Real. “Está mesmo no sangue dos vila-realenses”, frisou.

Entre as pistas da cidade transmontana e do Estoril não tem dúvidas em responder que a que tem mais emoção é a de Vila Real.

“O Estoril é um circuito fechado, onde o contacto com o público é praticamente zero. Aqui temos o público atrás de nós, sempre com boa disposição e o contacto é praticamente diferente”, frisou.

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