Amorim não é Schmidt e Rui Costa não é Varandas. Mas caramba, como não comparar a aposta arriscadíssima de Varandas com a aposta ultra arriscadíssima de Rui Costa na continuidade do técnico alemão?

À primeira vista, é quase imediato antever uma catástrofe. Afinal, como vão reagir os adeptos se, por acaso, o Benfica perder o primeiro jogo da próxima época. Ou até se ganhar, já que a contestação recente não escolheu derrotas ou vitórias para se fazer expressar.

Rui Costa falou esta quinta-feira à nação encarnada e com uma mensagem clara: Habituem-se, Schmidt vai mesmo continuar na Luz. A maioria perguntará 'e se corre mal?'. Mas nada como seguir o atrevimento de Amorim, quando ainda o víamos mais como jogador do que como treinador: 'E se corre bem?'

A entrevista em jeito de desabafo perante vários jornalistas - enalteça-se, pelo menos, a iniciativa - não deixou nenhum tema por abordar. Houve Di María, um bocadinho de António Silva e João Neves e até Gyokeres. Sim, Gyokeres. Falou-se de Justiça, essa malapata nos últimos anos para os lados de Carnide, da contestação dos adeptos e até de Kokçu, de quem Rui Costa até gosta mais agora do que quando o conheceu.

A época foi má, Rui Costa não dourou a pílula, mas para o líder encarnado há razões para ter esperança na próxima época. A propósito, Álvaro Carreras já assinou, Leandro Barreiro vem a caminho. Em sentido inverso, Arthur Cabral e Florentino podem estar de saída.

Um empate em Vila do Conde fechou a temporada das águias. Kokçu fez o gosto ao pé e provou que os turcos, afinal, até gostam de trabalhar. Mas um golo sofrido custou a perda de mais dois pontos, que em nada influenciou o segundo lugar já conquistado há muito. Aliás, classificação que dá acesso às eliminatórias da Liga dos Campeões, isto no pior cenário. A vitória da Atalanta na final da Liga Europa impediu a entrada direta das águias na prova milionária, mas os italianos ainda podem entregar aos encarnados o bilhete de voo direto, sem escalas, para a maior prova de clubes do mundo.

E se a época teve contornos de desastre no futebol masculino, o feminino não se cansa de descobrir novos motivos para sorrir. Depois da Supertaça, do Campeonato e da Taça da Liga, as encarnadas conquistaram a Taça de Portugal.

Sorriem as jogadores de futebol, mas também as de andebol, com a conquista do tricampeonato. Na festa não faltou alegria, só mesmo a Taça, para grande incompreensão dos responsáveis encarnados.

De vento em popa segue também a equipa masculina de hóquei em patins, já nas meias-finais da liga ao lado do FC Porto e o Sporting, mas ainda à espera de adversário.

Entretanto, e para fechar: bem sei, caro benfiquista, que a edição da I Liga que agora terminou não é propriamente fantástica para ser lembrada. Ainda assim, vai gostar de saber que o Benfica foi o campeão da disciplina, da assistência nos estádios e o melhor nos confrontos entre os quatro primeiros. Como vê, ainda há motivos para sorrir. Poucos, mas há.

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