O avançado do Vitória de Guimarães, Nélson Oliveira, foi o convidado do podcast do clube, intitulado DEZANOVE22. O português, de 33 anos, partilhou algumas histórias da sua carreira e recordou as passagens por Benfica, Inglaterra e Grécia, bem como os curtos períodos em Espanha, França e Turquia.

Uma das mais curiosas foi no início da carreira, quando despontou no emblema da Luz e tinha Jorge Jesus como treinador.

“Fui treinado pelo Jorge Jesus quando estive no Benfica. Algumas histórias não posso contar. Às vezes nem é bem sobre as histórias, são as expressões dele. (…) As histórias têm mais graça quando eram com os outros. Quando é connosco não tem a mesma graça. A mim e aos outros miúdos nem nos chamava pelo nome. Às vezes chamava-me Nélson de Oliveira. É muito engraçado, mas quando as histórias são contigo dá alguma azia. Quando trabalhei com ele, eu tinha 19, 20 anos. É claramente um treinador diferenciado no sentido tático e dos aspetos do jogo”, começou por contar.

A transição para os seniores não foi fácil e necessitou de um período de adaptação após sair do futebol de formação, tendo passado pelo Rio Ave, que Nélson Oliveira acredita ter sido de sucesso.

“A minha estreia como sénior foi no Rio Ave. Ainda era júnior. Na minha altura, o campeonato não era tão competitivo como agora. Não estava tão bem organizado. Agora há a Youth League, por exemplo. Na altura, eu já não estava a evoluir muito naquele nível. Estive até janeiro nos juniores e depois fui experimentar o futebol sénior. Não havia equipas B nem nada disso. (…) Houve um choque de passar de um balneário de miúdos para um balneários sénior. Apanhei algumas carcaças fixes, porreiras. Foi um momento bom. Aqueles seis meses ajudaram-me para a época seguinte no Paços de Ferreira e com o Mundial sub-20. Foram meses importantes. Houve aquele choque de chegar ali e já não ser um miúdo. Aliás, era um miúdo, mas já não estava num ambiente de miúdos”, explicou o avançado.

Avançando para o presente, o ponta de lança mostra-se muito feliz por ter ingressado no Vitória de Guimarães, onde acredita ter reencontrado a sua melhor versão.

“O Vitória surge na minha carreira de uma forma… eu não sou do Vitória desde pequenino, mas sou do Norte e sou de perto. Tenho muitos amigos do Vitória. Há pessoas de Famalicão, onde vivo, que é do Vitória. Sempre achei que era um clube bonito pela mística e pela paixão dos adeptos. Apesar de ter passado pela formação do Braga, sempre disse, entre amigos, que gostava de jogar no Vitória e ter esse privilégio quando regressasse a Portugal. Não estava feliz na Turquia. Foi um período complicado e no verão tive uma lesão chata e acabei por ir para lá. Depois, em janeiro, já queria sair da Turquia e estava a ver o jogo do Vitória com o Braga. O João Mendes fez aquele golo. Estava a ver o jogo e mandei uma mensagem ao meu empresário a dizer que se o Vitória estivesse interessado em mim e quisesse um avançado, não me importava de perder dinheiro porque eu gostava de jogar no Vitória. Sou sincero, partiu de mim. Não foi do empresário. Estava a ver aquele jogo e estava a ver-me a jogar ali, a imaginar-me a jogar ali. Ele falou com quem tinha de falar e o interesse foi mútuo”, revelou.

O Vitória só perdeu uma vez nos oito jogos realizados até ao momento e Nélson Oliveira acredita que a equipa está no bom caminho.

“Estamos a jogar bem e numa boa fase agora, mas não começamos ontem. Começamos em junho a trabalhar. O Vitória realmente acreditou em mim num momento em que eu não estava tão bem. Sinto que tenho essa dívida, entre aspas, com o clube. Não é uma dívida, na verdade. Sempre dei tudo de mim por onde passei, mas sinto-me grato ao Vitória por ter vindo aqui parar. Além disso, tive sorte com o grupo que apanhei. Apanhei um grupo espetacular e que gosta de brincar. É um grupo unido”, concluiu o camisola 7 dos vimaranenses.