Em comunicado, o Exército refere que, a pedido da mediação saudita-americana, concordou estender a trégua por mais 72 horas, que "começará a partir do final do período do armistício atual", que vence à meia-noite local (23:00 em Lisboa).

A nota pede aos paramilitares que "cumpram os requisitos da trégua" e manifesta a "plena vontade" das Forças Armadas em respeitarem o cessar-fogo.

A resposta do Exército sudanês surge depois de o Mecanismo Trilateral - que agrega a Missão Integrada da ONU de Assistência à Transição no Sudão, a União Africana e a Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento na África Oriental - ter instado a partes beligerantes a prorrogarem o cessar-fogo.

O Mecanismo Trilateral considera que "este cessar-fogo deve abrir caminho para as conversações entre ambas as partes com vista ao estabelecimento de um cessar das hostilidades permanente".

A nova extensão das tréguas é a terceira de três dias desde que foi anunciada a primeira, na segunda-feira.

O Sudão entrou hoje no 16.º dia consecutivo de confrontos entre o Exército e os paramilitares, um conflito que obrigou cerca de 50 mil sudaneses a deslocarem-se para zonas mais seguras do país ou a refugiarem-se em nações vizinhas como o Sudão do Sul, o Egito ou o Chade.

A guerra já causou cerca de 530 mortos e mais de 4.500 feridos.

A trégua iniciada na sexta-feira foi mediada pelos Estados Unidos e Arábia Saudita para facilitar a retirada de estrangeiros e a abertura de corredores seguros para a entrada de ajuda humanitária.

O conflito segue-se a semanas de tensão sobre a reforma das forças de segurança nas negociações para a formação de um novo Governo de transição.

Tanto o Exército como a Força de Apoio Rápido estiveram por detrás do golpe de Estado que derrubou o Governo de transição do Sudão em outubro de 2021.

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