O vice-presidente da Federação Angolana de Futebol (FAF) para a comunicação, marketing e relações internacionais, João Lusevikueno, afirmou, esta quinta-feira, em Luanda que a eliminação de Angola das qualificativas para o mundial do Brasil/2014 não significa fracasso dos objetivos do órgão reitor da modalidade no país.
Ranking FIFA não diz muito
De acordo com este dirigente, a não qualificação dos Palancas Negras para a maior montra do futebol é motivo de tristeza para todos os angolanos e que, apesar do recuo no ranking da FIFA, após o empate frente ao Senegal e derrota diante do Uganda, os objetivos da federação continuam firmes.
«Claro que isto nos deixa sempre muito tristes. Mas é bom termos em conta que o ranking, se olharmos bem a fundo não diz muito quando há objetivos traçados e os nossos objetivos passam obviamente por termos uma seleção mais competitiva nos próximos tempos», enfatizou o vice-presidente em entrevista à Angop.
«Tivemos o empate com o Senegal, que a nível do ranking africano está bem posicionado, e ainda por cima em nossa casa. Tudo isto acaba por afetar. E depois perdemos com uma equipa, que eu diria, de menor dimensão que a nossa (Uganda) e, portando, claro que aí o ranking acabou por ficar afetado», prosseguiu.
Segundo João Lusevikueno, isto tem a ver com os resultados conseguidos nos últimos tempos.
«E como sabe-se, o ranking da FIFA tem a ver com isto: quando jogamos com adversários bem posicionados e obtemos bons resultados, devido à performance destas equipas, o ranking da FIFA também acaba por nos beneficiar um pouco», afirmou.
João Lusevikueno recordou que o atual momento já não é da geração de Akwá, Figueiredo e João Ricardo, pelo que se afigura importante que se encontre outra geração de jovens, que, com o andar do tempo e muito trabalho, ganhem traquejo competitivo para quando atingirem os 23, 24, 25, 26 ou 27 anos tragam bons resultados para o combinado nacional.
Preparar a participação no CHAN
O responsável, que abordava o momento atual do futebol angolano face aos resultados obtidos nos jogos de qualificação para o Mundial 2014, disse que, não obstante a eliminação (em virtude dos dois últimos resultados: 1 - 1 frente ao Senegal, no 11 de Novembro, e 2 -1 contra o Uganda em Kampala), os melhores momentos virão.
«Nos próximos tempos temos compromissos com o CHAN. Depois teremos um outro que tem a ver com a qualificação para o Mundial (jogo contra a Libéria em Angola). E como quando jogamos em casa obtemos normalmente bons resultados», prognosticou.
Por outro lado, o entrevistado chamou atenção para a necessidade de se evitar comparar Angola com outros países africanos como os Camarões, o Gana, o Senegal e a Costa do Marfim, cujas realidades futebolísticas, a seu ver, são muito diferentes e sem comparação possível.
«Muitos dos jogadores desses países emigram e tentam a sua sorte em outras paragens. E é óbvio que estando lá fora estes jogadores tentam a sua sorte e encontram sempre melhores condições para trabalhar. Bons clubes, boas oportunidades financeiras, bons estágios, bons jogos, alta competição e experiência da Liga dos Campeões», referiu.
Logo, justificou o interlocutor, quando estes jogadores vão representar as suas seleções levam consigo outros traquejos competitivos que os angolanos internamente não têm.
Porém, afirmou que algum trabalho está a ser feito a nível de Angola e de muitos países africanos para a melhoria do desporto e do futebol, em particular.
Prova disto, sustentou Lusevikueno, é a classificação de Angola na segunda posição no último CHAN (Sudão/2011). «E Angola, comparativamente a outros países, com realce para os Camarões e a Nigéria, está melhor organizada, com reflexo na normalização e regularidade do campeonato nacional (Girabola) e outras provas».
A Nigéria, por exemplo, informou a fonte, teve um campeonato que durou dois anos, algo que não se verifica em Angola. «Portanto, nós não temos a sorte de termos jogadores a competirem em grandes campeonatos a nível da Europa, mas penso que a nível interno temos jogadores capazes de irem ao CHAN e fazerem boa figura», frisou.
Quanto à participação este ano na Taça COSAFA com a seleção sub-20, numa competição dedicada aos escalões seniores, salientou que enquadra-se na estratégia da Federação Angolana de Futebol em dar rodagem aos mais jovens, para quando atingirem os 26 anos de idade terem maturidade e experiência para competirem a alto nível.
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