Félix Brych revelou como conseguia perceber se um jogador estava ou não a simular uma falta, particularmente se esse jogador se chamava Neymar.

Em entrevista à revista 'Focus', o antigo árbitro alemão afirmou que, quanto mais o brasileiro se queixava, mais ele deixava o jogo continuar.

"O Neymar era lendário. E não era sem razão. Quanto mais o rosto dele se contorcia de dor, mais calmamente eu deixava o jogo acontecer. Um jogador com muita dor cai imediatamente no chão e não rebola pelo campo para sempre", afirmou.

Para além de Neymar, o juiz germânico tinha uma forma diferente de distinguir entre lances passivos de falta ou meras simulações, e que passava muito pelo comportamento logo após o lance.

"Eu via o quadro todo e não apenas os jogadores diretamente envolvidos. Muitas vezes, consegui dizer pelas reações das pessoas ao meu redor se era falta ou não. Se olhassem para mim primeiro, não podia ser tão grave. Se a preocupação deles com o companheiro de equipa ou em relação ao adversário fosse maior, então as coisas eram diferentes", acrescentou.

Após um total de 858 jogos, Brych colocou um ponto final na carreira no final da última temporada e confessou sentir-se aliviado por 'pendurar o apito'.

"Foi como uma libertação, para ser sincero. Uma libertação depois de 21 anos de desporto profissional. Vivi uma ótima fase, que agora terminou com uma decisão consciente. Tive de esforçar-me ao máximo repetidamente e a recuperação estava a tornar-se cada vez mais difícil. Agora, já posso ver um jogo de futebol de forma descontraída"