Maniche já não é comentador do 'Canal 11'. O antigo internacional português abandonou o canal da Federação Portuguesa de Futebol após discussão com Pedro Sousa, apresentador e diretor da televisão da FPF, na noite de terça-feira, durante o programa 'Futebol Total'.
Tudo aconteceu quando Maniche estava a fazer uma avaliação de Meité, jogador do Benfica, na análise à vitória dos Encarnados diante do Ajax. De recordar que o ex-Torino foi lançado no segundo tempo diante dos neerlandeses (1-0) por Nélson Veríssimo.
O antigo jogador do FC Porto, Benfica e Sporting, defendeu que Meité fez uma exibição pobre e que não tem nível para jogar no Benfica. Pedro Sousa não gostou e disse a Maniche que este estava a desconsiderar o médio Encarnado, "um jogador que já jogou no Milan", e que, na sua opinião, o antigo internacional português não costuma fazer com outros jogadores de outros clubes.
"Não te vejo a falar de outros jogadores da maneira como desconsideras este jogador e não aceito isso. Não admito isso a ninguém", disse Pedro Sousa.
Depois de sair do canal, Maniche recorreu às redes sociais para explicar a sua decisão.
"Aos espectadores do Canal 11 e aos meus seguidores e amigos. A todos os que desde ontem me enviaram milhares de mensagens de apoio. A todos os que assistem ao programa Futebol Total, cuja camisola vesti com orgulho, no maior interesse do comentário isento a este desporto que é nossa alma e paixão.
Ao contrário de outros, e como ex-jogador, primei sempre, antes de qualquer partidarismo clubista, pela defesa do Jogador. O 'jogador de futebol' que é sempre a parte da história mais devassada, a que mais sofre pela crítica, tantas vezes desumanizada, nunca desculpabilizada. Não critico jogadores, não os desumanizo. O que se nos solicita, é uma opinião. Tenho direito à minha.
Assim, não podia agir com passividade perante a atitude Machartista de um pivô, travestido de analisador purista, que atua como 'lápis azul', vergonhoso símbolo da censura e da ditadura portuguesa, onde os cortes têm por objetivo impedir e limitar as tentativas daquilo que este pivô considera subversão. Não obstante, manifestou-se, ele próprio, livremente, ao longo de mais de dois anos de emissão, de formas que considerei muitas vezes ofensivas à integridade de jogadores, clubes, dirigentes, dos outros comentadores, de amigos meus e em última análise, ontem, de mim próprio.
Em tempos como estes, mais do que nunca, falta de liberdade de expressão, NÃO PASSARÁ".
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