
Oito peritos das Nações Unidas, entre os quais a relatora especial para a Palestina, Francesca Albanese, apelaram hoje à FIFA e à UEFA para suspenderem a seleção de futebol de Israel de todas as competições internacionais.
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O pedido surge “como resposta ao genocídio em curso no território palestiniano ocupado”, segundo comunicado conjunto.
“As entidades desportivas não devem virar a cara a graves violações dos direitos humanos, especialmente quando as suas plataformas são utilizadas para normalizar injustiças”, defendem os peritos, sublinhando que o desporto não pode transmitir a ideia de que “tudo continua como de costume”.
O grupo recorda que a Comissão de Inquérito da ONU sobre o Território Palestiniano Ocupado concluiu recentemente que Israel “está a cometer genocídio em Gaza” e lembra ainda que o Tribunal Internacional de Justiça decidiu em 2024 que todos os Estados têm a obrigação de agir contra este crime.
Comparando com precedentes históricos, os especialistas sustentam que “seleções nacionais de países responsáveis por violações massivas dos direitos humanos podem e devem ser suspensas”.
No documento, é frisado que o boicote deve incidir sobre o Estado de Israel e não sobre os atletas, rejeitando qualquer tipo de discriminação ou sanção individual com base na origem ou nacionalidade.
Além de Francesca Albanese, o texto é subscrito por Alexandra Xanthaki (direitos culturais), K.P. Ashwini (racismo e xenofobia) e pelos quatro membros do Grupo de Trabalho sobre empresas e direitos humanos.
A guerra teve início em 7 de outubro de 2023, com ataques do Hamas que provocaram cerca de 1.200 mortos em Israel e mais de 200 reféns. Desde então, a ofensiva militar israelita em Gaza já causou mais de 65 mil mortos, a destruição quase total de infraestruturas civis e uma crise humanitária agravada pelo bloqueio à ajuda, que já provocou centenas de mortes por fome, sobretudo entre crianças.
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