A morte de Emiliano Sala, avançado do Cardiff City, num acidente aéreo há um ano atrás será marcada pela sua família este terça-feira, numa "reflexão privada e silenciosa da perda".
O jogador de 28 anos faleceu quando a avioneta que o levava até ao clube inglês depois de ter sido comprado aos franceses do Nantes por 15 milhões de libras (17,6 milhões de euros), caiu na ilha de Guernsey, no canal da Mancha.
Continuam a existir assuntos por resolver relacionados com a morte do jogador, como quem foi o responsável pelo acidente no qual também morreu o piloto David Ibottson e, principalmente, o pagamento dos 17 milhões de euros acordados na sua transferência.
Os investigadores britânicos de acidentes de aviação afirmara esta terça-feira que irão publicar o relatório final do acidente no final de março.
Em setembro, a FIFA ordenou o Cardiff, que foi despromovido na última época ao Championship, a pagar a primeira tranche da transferência, no valor de seis milhões de euros. Mas o clube galês levou o caso ao Tribunal Arbitral do Desporto, cuja decisão só deverá ser conhecida em junho.
A família de Sala - que sofreu outra tragédia depois do pai de Sala, Horacio, ter morrido de ataque cardíaco três meses depois da morte do filho - afirmou que a sua prioridade era que fosse realizado um inquérito para que se descubra o que aconteceu naquela noite.
"A família Sala vai marcar o aniversário da morte prematura de Emiliano numa reflexão privada e silenciosa da sua perda", disse Daniel Machover, advogado da família na Grã-Bretanha, num comunicado.
"A principal preocupação da família continua a ser a realização do inquérito, o mais rapidamente possível, para que possam finalmente descobrir a verdade sobre o que aconteceu e para se certificarem que nenhuma outra família tenha de passar pela perda semelhante de um ente querido".
O Departamento de Investigação de Acidentes Aéreos Britânico (AAIB na sigla em inglês) afirmou que a sua investigação está "numa fase avançada" e que pretende "publicar o relatório final até ao final de março de 2020".
A morte de Sala será relembrada pelos adeptos do Cardiff esta terça-feira e o Nantes irá recordar o seu ex-jogador no próximo domingo, quando defrontar outro dos ex-clubes de Sala, o Bordéus.
"Que filho era ele"
A família - a mãe de Sala Mercedes e os seus irmãos mais novos Dario e Romina - disse à BBC quando o canal britânico os visitou no final de dezembro passado que estava comovida pelas manifestações de luto e pelas prendas que receberam. Até o cabeleireiro de Sala em França visitou a família.
Mercedes disse que costumava ir a França todos os anos para celebrar o aniversário de Sala no dia 31 de outubro e ficava com ele, levando ingredientes para fazer pratos tradicionais argentinos, como empanadas.
"Ele [Sala] era tímido, mas ele parava sempre, abria a janela e dava autógrafos e tirava 'selfies", disse Mercedes.
"É a esses fãs que quero agradecer hoje, porque continuam-me a enviar fotografias que nunca tinha visto antes. Recebi tanta coisa de França, de Inglaterra, do resto da Argentina".
Dario falou de quão unidos eram os dois irmãos, enquanto Mercedes disse que falava com Sala duas a três vezes por dia.
"Havia distância, mas era como se estivéssemos todos juntos", afirmou Dario, "Ele perguntava-me muito sobre futebol, sobre a equipa, sobre as suas atuações".
Mercedes afirmou ainda que nunca recuperou da morte do seu filho mais velho.
"Não consigo encontrar paz, infelizmente", afirmou. "Continuo a lutar".
"Estou praticamente morta enquanto vivo. Foi um terrível, terrível ano. Eu amava-o tanto. Eu dizia-lhe todos os dias... que filho ele era".
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