Há dois meses, o site brasileiro 'Globoesporte' deu a conhecer a história de Gleisson, o jovem médio de 18 anos do Petrolina, emblema do Pernambuco, que participou na Copinha, o maior torneio de futebol de sub-20 do Brasil. Esta prova atrai olheiros de todo o mundo e muitos dos craques brasileiros deram nas vistas pela primeira vez na Copinha.

A história de Gleisson é uma história de superação, de um rapaz que faz tudo para não desistir do seu sonho. Levanta todos os dias às cinco da manhã para ir, juntamente com o pai e o tio, apanhar cocos. Enquanto o pai e o tio colhem cocos na plantação, o jovem médio recolhe os frutos e descasca aproximadamente dois mil deles numa manhã de trabalho. No final do dia, leva para casa 40 reais, quase oito euros. O dinheiro é para ajudar a mãe, divorciada, na educação de Gleisson e dos outros três filhos.

Depois de ajudar o pai e o tio, Gleisson volta para casa, toma banho e vai treinar à tarde. Entre a sua casa e o Estádio Municipal Paulo de Souza Coelho, casa do Petrolina, o seu clube, são 12 quilómetros. Um percurso feito a pé, sob um sol escaldante e com temperaturas que podem chegar aos 35 graus. Nada que demova Gleisson.

Aos 18 anos, Gleisson fez a sua estreia na Copinha. A sua equipa, Petrolina, perdeu todos os jogos. Mas Gleisson não perdeu as esperanças. Desde pequeno soube viver com a adversidade. Além das dificuldades que enfrenta para ir treinar, Gleisson tem de superar outra barreira: é gago e, em criança sofreu muito com isso.

Gleisson, jogador do Petrolina que faz 12 km a pé para ir treinar. Gleisson recebeu camisola de Casemiro
Gleisson, jogador do Petrolina que faz 12 km a pé para ir treinar. Gleisson recebeu camisola de Casemiro Gleisson, jogador do Petrolina que faz 12 km a pé para ir treinar. Gleisson recebeu camisola de Casemiro

A sua história chegou ao conhecimento de Casemiro, internacional brasileiro do Real Madrid, e Dani Alves, jogador do São Paulo que já passou pelo Sevilha, Barcelona, Juventus e PSG. Uma história que comoveu os dois craques 'canarinhos'.

"Podes andar 12 ou 15 quilómetros mas tens de ir atrás dos seus sonhos", escreveu Casemiro, numa camisola do Real Madrid que enviou ao jovem médio do Petrolina.

Dani Alves, também ele pernambucano, natural de Juazeiro, interior da vizinha Bahia, ficou emocionado com esta história de superação e enviou uma mensagem, em vídeo, a Gleisson.

"Olá, daqui quem fala é um jogador do Nordeste. Queria dizer-te que é uma honra e uma satisfação para nós saber que há pessoas que dão valor à nossa arte, ao nosso povo. E nós, como representantes do Nordeste, estamos felizes", disse o atual jogador do São Paulo.