A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, classificou hoje de "lamentável" o incidente racista ocorrido no jogo Real Garcilaso-Cruzeiro, quando adeptos da equipa peruana imitaram sons de macacos sempre que Tinga, do Cruzeiro, do Brasil, tocava na bola.
"Foi lamentável o episódio de racismo contra o jogador Tinga, do Cruzeiro, no jogo de ontem [quarta-feira], no Peru. (...) Ao sair do jogo, Tinga disse que trocaria os seus títulos por um mundo com igualdade entre as raças”, publicou a presidente no twitter, a propósito do ocorrido com o jogador, que jogou no Sporting em 2004 e 2005.
O jogo, disputado em Huan Cayo, contava para a Taça Libertadores da América e terminou com a vitória por 2-1 da equipa peruana sobre a mineira, atual campeã do Brasil.
Aos 66 minutos, Tinga, de 36 anos, entrou em campo para substituir Ricardo Goulart. A partir desse momento, e sempre que Tinga tocava na bola, os adeptos adversários guinchavam e imitavam macacos.
No final do jogo, o antigo jogador do Sporting, Borussia Dortmund e Grémio, entre outros, lamentou o episódio: "Estou muito chateado. Tentamos esquecer isso dentro de campo, mas eu fico muito chateado com isso. Infelizmente, aconteceu. Joguei vários anos na Alemanha e isso nunca aconteceu. Agora, num país vizinho ao nosso, onde existem pessoas iguais a mim, acontece isso. Por mim, eu deixaria de ganhar qualquer título para que não houvesse mais desigualdade", disse.
Os jogadores do Cruzeiro acusam ainda o árbitro, o venezuelano José Argote, de não ter tomado medidas em relação ao incidente.
O racismo nos estádios é uma das maiores preocupações atuais da FIFA, que faz constantes campanhas contra a discriminação.
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