
Samir Xaud foi hoje eleito como novo presidente da Confederação Brasileira de Futebol, envolta em crise após as denúncias de fraude que destituíram o anterior líder, Ednaldo Rodrigues, com apoio maioritário nas federações estatais e minoritário nos clubes.
Xaud, candidato único, assumiu hoje um mandato que vigora até 2029 com o apoio expresso de 25 das 27 federações estatais, mas apenas 10 dos 40 clubes da primeira e segunda divisões do futebol profissional brasileiro.
Entre os clubes em desacordo com o processo eleitoral estão o Corinthians, o Cruzeiro e o Santos, três de 21 emblemas que assinaram esta semana uma carta aberta contra o processo, ainda que “prontos para conversar” com a nova direção.
Ednaldo Rodrigues havia sido escolhido em março último para um mandato até 2030 por unanimidade, mas foi destituído em 15 de maio, por ordem judicial, após suspeitas de fraude e falsificação de assinaturas.
A destituição aconteceu quando o Brasil se preparava para anunciar a chegada do técnico italiano Ancelotti para a seleção, que o ex-Real Madrid vai comandar na parte final do apuramento para o Munial2026.
Xaud, que se candidatou com o investimento nas divisões inferiores, no videoárbitro e na formação de árbitros como ‘bandeiras’, prometeu autonomia ao lendário treinador e que este fará o seu trabalho “sem interferências externas.
Médico de profissão, o dirigente, de 41 anos, liderava a federação da Roraima, um pequeno estado na Amazónia, e é filho de outro antigo dirigente, Zeca Xaud, e prestou serviços médicos, como empresário, a clubes de futebol desse estado, através de um acordo com a CBF assinado em 2019, sendo agora visado por este negócio pela imprensa brasileira.
Dirigiu um hospital público, alvo de processo pelo Ministério Público por más práticas de gestão, e candidatou-se duas vezes a cargos políticos, a última vez a deputado estadual em Roraima, sem ser eleito, tendo agora o Mundial feminino de 2027 como principal desafio organizativo.
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