É uma das muitas imagens comoventes que nos chega de Chapecó, Brasil. Numa entrevista à Sportv do Brasil, Dona Alaíde, mãe de Danilo, jogador do Chapecoense que morreu no acidente de avião, falou sobre o sofrimento que está a viver por ter perdido o filho.
"A pior coisa foi Danilo ainda ter chegado com vida ao hospital. Se tivesse acontecido como os outros, já tinha perdido a esperança. Mas ele não. Então ficámos com esperança o tempo todo. Fui informada da morte dele às três da tarde. Por isso foi das dez da manhã às três da tarde nessa agonia, nesse desespero, sem notícias. Ninguém ligava, ninguém dizia nada, cada uma das televisões diziam uma coisa diferente. Foi muito difícil, foi um dia inteiro de angústia e desespero", contou, desolada por não poder ver o rosto do filho pela última vez.
"O que nos está a matar é essa espera. Isso não é de Deus. Já imaginaram o que é saber que o vosso filho está lá num lugar longe, que não o podem abraçar, vai chegar num caixão lacrado, vão colocá-lo na Praça e eu vou ficar a vê-lo de longe? Não vou poder abraçá-lo, não vou poder olhar no rosto dele. Esta espera é terrível", explicou a mãe de Danilo.
Dona Alaíde não esqueceu que também morreram vários jornalistas no acidente com o avião que transportava a comitiva da Chapecoense para a Colômbia, para a primeira-mão da final da Taça Sul-americana. Pediu par fazer uma pergunta ao jornalista mas no final fez três. E deixou o jornalista sem palavras, a chorar.
"Como é que vocês da imprensa estão a sentir-se ao perder tantos amigos queridos? Você pode responder-me?". O jornalista, que já estava quase a chorar, só conseguiu dizer não com a cabeça.
"Posso dar-te um abraço em nome da imprensa?, perguntou a mãe de Danilo. E deu, ficando os dois abraços, a chorar. Uma dor que é da pequena cidade de Chapecó mas também de tudo o mundo do futebol.
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