O presidente do Clube Sportivo Mindelense, Daniel de Jesus, considerou hoje que a sua equipa é a “maior vítima” de “toda a tramóia” relacionada com a não realização, até hoje, do jogo Ultramarina – Mindelense.
Em causa o cancelamento do jogo da 1ª mão das meias-finais do campeonato de Cabo Verde, em futebol, que, primeiramente previsto para domingo, 25, no Estádio Orlando Rodrigues, no Tarrafal (São Nicolau), até hoje não foi realizado.
Em declarações à Inforpress, no Mindelo, o líder dos tetra campeões de Cabo Verde, em título, explicou que desde às 06:00 de quarta-feira, 21, tem a sua equipa de futebol fora de casa, “pessoas que trabalham, estudantes que já faltaram a exames, pessoas que tinham iniciado estágios profissionais e que já foram dispensadas”.
É natural que, sintetizou a mesma fonte, neste momento haja “sinais de estresse” no seio da comitiva que se encontra em São Nicolau, pelo que a direcção do Mindelense já fez entender à Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF), em nota remetida na manhã de hoje, que espera ter a equipa ainda hoje em São Vicente, porque já “não tolera mais” que a mesma se mantenha em São Nicolau.
“O prejuízo que o Mindelense está a ter com este acontecimento é incalculável e imprevisível em termos de futuro”, concretizou Daniel de Jesus.
Da mesma forma, o Mindelense já informou à FCF que, não tendo sido disputado o jogo da 1ª mão, não poderá ser realizado o jogo da segunda mão, pelo que decidiu mandar congelar “todas as demarches necessárias” à recepção da equipa da Ultramarina para o segundo jogo.
“Estamos à espera de uma posição rápida da FCF, em função da qual iremos posicionar-nos”, ajuntou o líder do Mindelense, que se diz “sereno, mas atento” ao desenrolar de toda a situação, e de “tudo o que se tem escrito e dito” nos meios de comunicação.
À Inforpress, Daniel Jesus apela ao “bom-senso” de pessoas que “desconhecem os meandros” da organização de um jogo de futebol do campeonato nacional, nomeadamente a “exclusiva responsabilidade da FCF” com o transporte das equipas, a organização dos jogos e o transfer.
Da mesma forma, àqueles que questionam o facto de o Mindelense não ter jogado no domingo por ter reunido apenas 14 futebolistas em São Nicolau, lembra que uma equipa funciona com 18 futebolistas e é por isso que a FCF paga as despesas de viagem para 22 pessoas, incluindo dirigentes e treinadores.
“Nesta perspectiva, querendo a Ultramarina comparar a sua situação de não ter jogadores dispensados para terça-feira, entendemos que se tratou de uma tremenda falta de sensibilidade para a resolução de um problema que tinha solução”, sintetizou o presidente do Mindelense.
Finalmente, Daniel de Jesus informou que a direcção do Mindelense “está serena” e que já encaminhou a questão para o gabinete jurídico do clube, enquanto aguarda uma posição da FCF “que seja do agrado do Mindelense, a maior vítima de toda essa tramóia”.
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