O presidente do Conselho Nacional de Arbitragem, Celestino Almeida, disse hoje à Inforpress que «falta perfil e postura» aos árbitros de futebol da Boa Vista.
Celestino Almeida, que falava à margem da abertura da segunda fase de formação de arbitragem na ilha, que decorre no Centro de Juventude de Sal-Rei, de 04 a 09 de Abril, acrescentou que, apesar das formações ministradas, muitos «não assumem a posição de árbitro».
Segundo disse, «isto é grave porque o árbitro tem que ter um perfil adequado à sociedade», para que o seu trabalho «possa ter a colaboração do meio em que está inserido», o que, admitiu, «não tem acontecido na ilha da Boa Vista».
«A parte técnica ganha-se com o passar do tempo, quanto há dedicação», afirmou, realçando, que «o mais difícil tem sido mesmo assumir a postura do árbitro», chamando ainda a tenção pelo facto de a sociedade «cobrar continuamente o desempenho destes profissionais».
«Na realidade da ilha, nota-se que desde o equipar, ao porte físico, não estão a assimilar os conselhos que lhes estão a ser transmitidos pela Comissão de Arbitragem e, daí resultam muitas falhas que dão origem às críticas que circulam no dia-a-dia do futebol da ilha», explicou.
Celestino Almeida é da opinião que «não é propriamente a capacidade técnica dos árbitros que estão em causa, mas sim o seu perfil e a postura, que têm deixado muito a desejar».
Celestino Almeida realçou a importância da «existência, na retaguarda, de um grupo de árbitros estagiados ávidos de ascender à categoria regional, nacional e internacional», o que, segundo explicou, «exige prestações razoáveis aos que estão em exercício pleno, de forma a que não lhes seja roubado o lugar».
Na formação, vão participar cerca de 15 árbitros, e segundo Celestino Almeida, serão promovidos à categoria regional cerca de oito e para o nível nacional, seis.
Almeida sublinhou o fato de nalgumas ilhas, onde os profissionais da arbitragem realizam dois treinos coletivos por semana, incluindo um técnico, «o que não acontece na Boa Vista», sendo assim «difícil ultrapassar a barreira da incompetência».
O técnico de arbitragem informou que vai aproveitar o campeonato sub-17 de futebol que arranca já no final desta semana para fazer a parte prática da formação, que definiu como um «importante cenário», dado ser «um ambiente de menor pressão psicológico».
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