Não é preciso rever nenhuma decisão do vídeo-árbitro para entender o porquê de estar em fase de teste. A presença do vídeo-árbitro foi uma das grandes novidades da Taça das Confederações. A tecnologia está em fase de testes e a competição na Rússia foi um dos palcos de teste mais extensivos por parte da FIFA. Apesar da inovação que traz à modalidade, não existe consenso em torno da ajuda aos árbitros que teve bastantes erros durante a Taça das Confederações.

O mecanismo junta mais árbitros à equipa de juízes que apenas agem em certos casos. Quem está nomeado para vídeo-árbitro fica afastado do relvado, mas tem acesso a todas as câmaras que observam de perto todos os encontros. Apenas em certos lances como expulsões, validação de golos e foras de jogo que dão origem a golos é que o vídeo-árbitro entra em jogo. Na Taça das Confederações, foi nesses aspetos que ‘brilhou’ e esteve em causa.

A primeira experiência Portugal com o vídeo-árbitro foi uma decisão contra a equipa portuguesa. No primeiro jogo da prova contra o México, a ajuda tecnológica anulou um golo a Portugal frente ao México por fora de jogo. O lance tinha sido validado numa primeira fase, mas após o visionamento das imagens ficou claro que os jogadores lusos estavam, de facto, em posição irregular.

O encontro entre o Chile e os Camarões foi um dos encontros mais movimentados em termos de utilização do vídeo-árbitro. A equipa chilena venceu por 2-0, mas viu um golo ser anulado e outro validado pela assistência tecnológica. Na altura, o golo anulado provocou muita agitação entre os jogadores depois de o árbitro ter anunciado a decisão de cancelar o golo.

Mais tarde, o Chile voltaria a marcar com novo recurso a vídeo-árbitro na altura de validar. Após visualizar as imagens, o árbitro deu golo para fazer o 2-0, mas debaixo de muitas dúvidas visto que Alexis Sánchez aparentava estar fora de jogo na altura do lance.

O vídeo-árbitro manteve-se ligado à equipa chilena quando chegou às meias-finais. Contra Portugal, quando faltavam menos de 10 minutos para o final do encontro, José Fonte derrubou Vargas dentro da área portuguesa. O lance dava sinais de ter sido faltoso, mas o árbitro mandou seguir o encontro sem recorrer às imagens que davam conta de uma falta do central português.

Recorde-se de que a decisão final é sempre do árbitro que está a acompanhar o jogo. O vídeo-árbitro é um auxilio que ajuda na tomada de decisão, mas essa é sempre tomada pelo juiz principal. O Chile acabaria por vencer o encontro nas grandes penalidades para chegar à final.


Polémica esteve na final com mais uma decisão errada do vídeo-árbitro

Depois de ter validado uma grande penalidade a favor de Portugal que existiu, de facto, no jogo entre a seleção nacional e o México no jogo de atribuição do terceiro e quarto lugar, o vídeo-árbitro esteve novamente na linha de fogo por mais uma decisão errada poucas horas depois.

No derradeiro encontro entre Alemanha e Chile, o auxilio tecnológico do árbitro principal foi chamado para analisar um lance entre Vargas e Werner. Na disputa de bola, o chileno deu uma cotovelada no avançado germânico que ficou no chão com muitas dores. O árbitro parou o encontro, viu as imagens, mas decidiu apenas o cartão amarelo para o defesa central chileno quando se esperava uma expulsão.

Apesar de Gianni Infantino ter feito um balanço positivo da Taça das Confederações, a questão do vídeo-árbitro mantém-se como um livro em aberto no futebol mundial. A fase de testes continua e há competições que vão estrear o vídeo-árbitro na próxima temporada. A Primeira Liga e uma das provas onde será utilizada a tecnologia para saber se é uma opção válida para o desporto.

Para já, a tecnologia continua nos planos da FIFA e está na calha para ser uma das funcionalidades a ter em conta no Campeonato do Mundo que se disputa em 2018 na Rússia. Os testes continuam numa ferramenta que pode modificar a forma como são decididos os lances-chaves.