A câmara de Valongo revelou hoje que está a estudar "vários cenários possíveis" de forma a evitar ou minimizar o "despejo" do Ermesinde SC, não descartando a possibilidade de expropriação do espaço que é usado atualmente pelo emblema.
Em causa está o Estádio dos Sonhos, cujo terreno pertence à empresa IMOSÁ, depois de um dos proprietários desta imobiliária o ter adquirido numa hasta pública realizada pelo então Ermesinde Sport Clube, um emblema que acabou por se dissolver dando lugar a uma nova instituição, o Ermesinde Sport Clube (ESC) 1936.
A incerteza quanto ao futuro do espaço onde o clube - que no final de março conquistou o título de campeão da série 2 da 1.ª Divisão Distrital e soma várias centenas de atletas e crianças a treinar e em formação -, arrasta-se desde a década de 90, mas o proprietário avançou recentemente com uma ação de reivindicação de propriedade que na prática resulta na saída do Ermesinde do espaço, tendo este apenas até segunda-feira para contestar a ação.
Sempre vincando que se tratará de uma hipótese "de último recurso", mas admitindo que esta está "em cima da mesa", o vereador do Desporto na câmara de Valongo, Orlando Rodrigues, admitiu hoje que a solução poderá passar pela expropriação do espaço.
A este cenário, o presidente da câmara, José Manuel Ribeiro, somou o arrendamento temporário do espaço, através da autarquia, que depois o cederia ao clube, isto até ser encontrada uma solução definitiva, e a identificação de um local na cidade onde fosse possível construir um equipamento desportivo para o Ermesinde.
O autarca socialista lembrou, ainda, uma quarta hipótese, o pagamento de 300 mil euros e a permuta do Estádio dos Sonhos por dois terrenos localizados no centro de Valongo, mas esta é uma proposta que tem vindo a ser rejeitada pelos responsáveis da empresa.
Recorde-se que uma primeira proposta feita à IMOSÁ, pelo executivo que era liderado por João Paulo Baltazar, agora vereador na oposição pelo PSD/PPM, envolvia a permuta do Estádio dos Sonhos pelo complexo desportivo Montes da Costa, este localizado em Ermesinde, e o pagamento do mesmo valor em dinheiro que agora é proposto pela atual liderança camarária.
Este tema foi levantado esta tarde, em reunião de câmara, por iniciativa do vereador da CDU, Adriano Ribeiro, tendo gerado uma acesa troca de palavras entre os eleitos pelo PS e a vereação PSD/PPM.
João Paulo Ribeiro alertou o presidente da câmara para o facto deste poder estar a "inviabilizar qualquer tipo de negociação" com o proprietário do terreno, enquanto José Manuel Ribeiro criticou "opções do passado" e lembro que este é "um grave problema herdado".
Dada a "urgência" da situação, a câmara tem, garantiu o presidente, acauteladas "alternativas de emergência" e o Ermesinde poderá vir a usar os campos municipais de Valongo e de Sobrado.
Exatamente esta noite realiza-se uma assembleia geral extraordinária de associados que, segundo indicou fonte do emblema à Lusa, servirá para discutir se o clube contestará ou não a ação, cujo prazo termina segunda-feira.
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