O futebolista Lass Bangoura garantiu hoje que deixou o estágio da seleção da Guiné-Conacri por iniciativa própria e que o Rayo Vallecano, da I Liga, não lhe pediu que regressasse a Madrid.
"O Rayo não me disse nada, a decisão foi minha, porque os meus companheiros estavam preocupados. Quando terminei o treino falei com o treinador, fui comprar o bilhete para vir para cá e falar com as pessoas para dizer que é mentira que tenha ébola e que na minha seleção também não há", referiu.
Em conferência de imprensa, o guineense revelou que os seus colegas no clube espanhol lhe ligaram "preocupados com o tema do ébola", o que levou a que falasse com o selecionador, o francês Michel Dussuyer, para pedir a dispensa.
"Disse-lhe que havia um problema no meu clube, porque os colegas tinham medo e se me podia libertar para regressar, porque não queria ter um problema com eles, que são quem me paga", disse.
Lass relatou ainda que os restantes jogadores do Rayo o acolheram "com normalidade", revelando estar "um pouco triste" por não poder defrontar o Gana, em jogo de apuramento para a Taça das Nações Africanas de 2015.
A febre hemorrágica do ébola já matou mais de 3.500 pessoas na África Ocidental dos 7.478 casos registados em cinco países (Serra Leoa, Guiné-Conacri, Libéria, Nigéria e Senegal), segundo o último balanço divulgado pela Organização Mundial de Saúde, com dados até 1 de outubro, publicado na sexta-feira em Genebra.
O vírus do ébola transmite-se por contacto direto com o sangue, fluídos orgânicos ou tecidos de pessoas ou animais infetados.
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