A Argélia impressiona, assim como o Madagascar, os estádios estão vazios e Nicolas Pépé aprende no meio de dificuldades: o melhor e o pior da fase de grupos da Taça Africana de Nações (CAN) no Egito, antes do início das oitavas de final, esta sexta-feira.
O melhor: A força do Magrebe
-A fortaleza das seleções norte-africanas. Com três vitórias em três jogos e nenhum golo sofrido, Egito, Marrocos e Argélia dominaram a fase de grupos. Cada um a sua maneira. Sem surpresas, os 'Faraós' apoiam-se na estrela Mohamed Salah, autor de dois golos, e na sua apaixonada claque. Marrocos, conhecido como 'Leões do Atlas' mostram-se muito sólidos, mas esperam mais do extremo Hakim Ziyech. Já as 'Raposas do Deserto' de Riyad Mahrez voltaram a ser perigosos após uma eliminação na primeira fase em 2017. O seu rigor tático impressionou contra Senegal (1-0).
- O surpreendente Madagascar. A nova fórmula com 24 seleções, em vez de 16, trouxe novos países para a festa do futebol africano, como Madagascar, que não hesitou em aproveitar a oportunidade. Os 'Zebus' terminaram na primeira posição do seu grupo, à frente da tradicional Nigéria, que derrotaram por 2-0.
- O relvado. Desastrosa na CAN do Gabão-2017, o relvado ganhou destaque no Egito. "Não posso queixar-me da qualidade das instalações. São boas", declarou o técnico de Camarões, Clarence Seedorf. Apesar do calor, que alcançou os 35 graus, a qualidade dos relvados é uma das surpresas positivas deste início da Taça das Nações Africanas
O pior: os estádios sem público
- Onde estão os espectadores? Com exceção das partidas do Egito, os estádios da CAN-2019 parecem vazios. "Todos gostariam de jogar em estádios lotados, mas infelizmente não é o caso", lamentou o técnico da Argélia, Djamel Belmadi. A insegurança, que acompanha esta Taça das Nações Africana desde o início, pode ter dissuadido muitas pessoas de frequentar os jogos. Mas também os preços dos bilhetes, muito caros para a população local.
- A arbitragem. A arbitragem africana já tinha dado que falar antes da competição, com as duas partidas da final da Liga dos Campeões do continente. A irritação do técnico senegalês, Aliou Cissé, que chamou de "catastrófico" e "inadmissível" o trabalho de árbitro zambiano Janny Sikazwe após a derrota contra a Argélia, colocou mais 'lenha na fogueira'. O que acontecerá com a implementação do VAR a partir dos quartos-de-final?
- Nicolas Pépé, dura aprendizagem. A estrela emergente da Costa do Marfim, Nicolas Pépé, disputa a CAN para "aprender", repete o seu técnico, Ibrahim Kamara. E, até agora, não mostrou apareceu. Com ele, os 'Elefantes' só marcaram um golo em dois jogos. Já com Wilfred Zaha no seu lugar, golearam a Namíbia (4-1). Mas o atacante de 24 anos terá nova hipótese de mostrar que aprende rapidamente, nos oitavos-de-final contra o Mali, na próxima segunda-feira.
- PALOP de fora: A África portuguesa voltou a ser representado por duas seleções, tal como aconteceu em 2013, mas todos ficaram pela fase de grupos. Guiné-Bissau apenas somou um ponto e ficou em último no seu grupo, atrás de Benin, Camarões e Gana, que se apuraram. Angola entrou na derradeira ronda a precisar apenas de um empate para passar mas perdeu com o Mali por 1-0, terminando assim com dois empates e uma derrota a fase de grupos.
Jogos dos oitavos-de-final
Dia 5
Marrocos - Benin, 17 horas, Estádio Al Salam (Cairo)
Uganda – Senegal, 20 horas, Estádio Internacional do Cairo
Dia 6
Nigéria - Camarões, 17h, Alexandria
Egipto - África do Sul, 20, Estádio Internacional do Cairo
Dia 7
Madagáscar - República Democrática do Congo, 17h, Alexandria
Argélia - Guine Conacri, 20h, estádio 30 de Junho (Cairo)
Dia 8
Mali - Costa do Marfim, 17h , Estádio de Suez
Gana -Tunísia, 20h, Estádio de Ismaília
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