A transferência da final da Taça Libertadores, entre os argentinos do Boca Juniors e River Plate, para Madrid, vai mexer com o dia-a-dia da capital espanhola. O jogo só será realizado no dia 9 de dezembro pelas 20h30 locais, 19h30 de Portugal continental, mas na capital espanhola já se sente os efeitos dessa decisão.
As entidades de segurança de Espanha estão a montar um forte dispositivo de segurança para fazer frente aos fervorosos adeptos dos dois emblemas. Os 'Barras Bravas', adeptos mais radicais dos dois clubes, são os que mais preocupam as autoridades espanholas.
Adeptos separados, pulseiras identificativas para cada um
A Castellana, uma das principais avenidas no centro de Madrid, estará cortada ao trânsito desde as 09h da manhã de domingo e será dividida em zonas para os adeptos dos dois clubes. O jornal 'El Pais' diz que as autoridades policiais reconhecem que este é o encontro de futebol de maior risco de toda a história da cidade, com um dispositivo de segurança maior do que em dérbis entre Real e Atlético ou em clássicos com o Barcelona.
A 'fan zone' do River Plate será na Praça Cuzco, a do Boca Juniors será montada numa das ruas que vai dar a Castellana e terminará na rua Raimundo Fernández Villaverde. Entre as duas 'fan zones' haverá uma área de segurança de forma a que não haja contacto entre os adeptos das duas equipas.
'Barras Bravas' preocupam. Espanha pede ajuda a Argentina
Os dez mil bilhetes vendidos aos adeptos dos dois clubes (cada clube teve direito a cinco mil ingressos) serão controlados, uma vez que, quem os adquiriu, terá de apresentar a factura comprovativa da compra. Assim que chegarem a Madrid, esses dez mil adeptos terão de usar uma pulseira identificativa antes de seguirem para o Estádio Santiago Bernabéu.
Esta medida permite controlar quem entra no estádio, evitando assim que os 'Barras Bravas' (adeptos radicais) das duas equipas possam entrar no Bernabéu. Além disso, as autoridades argentinas apreenderam os passaportes de alguns desses adeptos radicais dos dois clubes, de forma a evitar que possam viajar para Espanha. As autoridades de segurança espanholas já tem em mãos uma lista de adeptos dos dois clubes que estão proibidos de entrarem em estádios de futebol.
Da Argentina chegará uma delegação de especialistas em segurança desportiva e do sistema de programa Bancada Segura, para ajudar as autoridades madrilenas no controle dos adeptos de ambas as equipas.
Apesar de as autoridades espanholas não terem revelado o número de efetivos destacados para o Superclássico das Américas, alguns órgãos de informação espanholas avançam que o dispositivo de segurança contará com mais de 2500 agentes policiais.
Outra preocupação são... os Bukaneros, adeptos radicais do Rayo Vallecano, equipa de Bebé em La Liga. Escreve o 'El País' que a polícia de Madrid já começou a seguir os Bukaneros, que se tornaram amigos dos 'Barras Bravas' do River Plate. A Brigada Provincial de Informação, que se dedica a luta contra o terrorismo e contra os grupos antisistema, estão a controlar os movimentos de cerca de 300 Bukaneros, para impedir que possam entrar em lutas com adeptos do Boca Juniors.
A equipa do Boca Juniors deverá treinar-se nas instalações da Real Federação Espanhola de Futebol, em Rozas, ao passo que o River Plate usará as instalações do Real Madrid, em Valdebedas, perto do Aeroporto de Barajas.
A segunda-mão da final da Taça Libertadores da América, entre o Boca Juniors e o River Plate, será disputado às 19h30 do próximo domingo, dia 09 de dezembro, no Estádio Santiago Bernabéu, em Madrid.
No passado dia 24 de novembro, data inicial prevista para a segunda mão, o autocarro que transportava a comitiva do Boca Juniors foi atacado à chegada ao estádio Monumental, do River Plate, resultando em ferimentos em alguns jogadores. Os adeptos lançaram pedras e gás pimenta, e os futebolistas Pablo Pérez e Gonzalo Lamardo tiveram que ser assistidos no hospital.
O vencedor da Taça Libertadores qualifica-se para o Campeonato Mundial de Clubes que será realizado nos Emirados Árabes Unidos e a final edição de 2019 será a última a ser disputada em duas mãos, ao sistema de jogo único, como acontece na Liga dos Campeões europeus.
Na primeira-mão as duas formações argentinas empataram a duas bolas no Estádio La Bombonera. De recordar que na Libertadores os golos fora não contam a dobrar como na Champions.
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