O River Plate vai medir forças com o Deportivo Táchira da Venezuela, na primeira jornada do Grupo H da Taça Libertadores da América, no dia 03 de abril. Os 4642 quilómetros a separar Buenos Aires de San Cristóbal já dariam para uma viagem e tanto, mas o conflito diplomático entre os presidentes da Argentina e da Venezuela veio piorar tudo.

Nicolas Maduro, presidente da Venezuela, fechou o espaço aéreo do país a aviões com matrícula da Argentina, depois de comentários nada abonatórios do presidente Argentino, Javier Milei, sobre o regime de Caracas. A decisão de Maduro vai obrigar o River Plate a uma logística complicada para chegar ao destino.

O River Plate viajará até Cúcuta, cidade fronteiriça da Colômbia, em voo charter, de onde partirá depois para San Cristóbal na Venezuela, num percurso de 51 quilómetros. As poucas infraestruturas da pequena localidade venezuelana não ajuda o emblema argentino.

Assim, de Buenos Aires até Cúcuta, são 12 horas de voo. A viagem de Cúcuta até San Cristóbal, mais precisamente até Ciudad de la Cordialidad, será feita em pequenos autocarros, e levará uma hora e meia, entre montanhas. A pequena cidade onde fica o Estádio del polideportivo Pueblo Nuevo, tem 282.830 habitantes, que vivem numa zona árida, a 860 metros de altitude, com infraestruturas limitadas para recibir visitantes.

Os treinos antes do jogo terão de ser realizados num relvado sintético. Isto porque o estádio com relva natural mais perto fica a 40 quilómetros de San Cristóbal: o estádio do Real Frontera, uma equipa da Segunda Divisão venezuelana.

Leonardo Ponzio, ex-capitão do River Plate e agora secretário técnico do clube, recorreu da ironia para comentar esta odisseia.

"Temos uma viagenzinha... Vamos à Europa e voltamos. Não podes ir [de avião] à Venezuela, não podes aterrar, nada. América do Sul", atirou.