Dois adeptos morreram na quinta-feira antes do jogo para a Taça Libertadores de futebol entre Colo Colo e Fortaleza, nos arredores do Estádio Monumental, em Santiago, confirmaram as autoridades chilenas.

Cerca de uma centena de adeptos tentou forçar a entrada no recinto, tendo a polícia intervindo para conter esta invasão. Nessa ação de força, foi derrubada uma barreira, atingindo as duas vítimas.

“O Ministério Público está a investigar a razão da morte destas duas pessoas. O que sabemos é que um dos gradeamentos esmagou esses dois jovens”, afirmou o procurador Francisco Morales, em declarações aos jornalistas, acrescentando que uma das vítimas morreu no local e outra já no hospital.

Mais tarde, o jogo da segunda jornada do Grupo E da principal competição sul-americana de clubes foi suspenso, quando estavam disputados 72 minutos e o resultado empatado 0-0.

Nessa altura, e sem que tenha sido feita uma ligação direta à morte dos dois jovens, um de 13 e outro de 18 anos, uma claque do Colo Colo encetou um protesto, arremessando objetos para o relvado, enquanto os jogadores do emblema chileno, liderados por Esteban Pavez e Arturo Vidal, pediam o regresso à normalidade, e os do Fortaleza correram para os balneários.

A equipa de arbitragem, liderada pelo uruguaio Gustavo Tejera, interrompeu o jogo, que, mais tarde, acabaria por ser oficialmente suspenso.

“A CONMEBOL lamenta profundamente a morte dos dois adeptos junto ao Estádio Monumental antes do início do jogo entre Colo Colo e Fortaleza”, lê-se no comunicado do organismo que rege o futebol sul-americano, expressando as “sinceras condolências às suas famílias e amigos”.

Barbara Pérez, irmã de uma das vítimas mortais, disse que uma viatura policial abalroou uma vedação, fazendo que esta caísse sobre a irmã, de 18 anos.

“Ela chegou ao hospital já sem sinais vitais. Tinha um bilhete para o jogo na mão e o seu cartão de identificação”, explicou Barbara Pérez.

O diretor geral da polícia chilena, Alex Bahamondes, confirmou à comunicação social que o agente policial que conduzia a viatura está sob investigação sobre o incidente.

A Garra Blanca, um grupo de adeptos radicais do Colo Colo, confirmou em comunicado que o protesto visou a policia chilena, acusando-a de perseguição e de ter matado os elementos da claque.

*Artigo atualizado com Lusa às 10:39