Portugal entrou com o pé esquerdo no Europeu de futebol de sub-21, ao perder com a Geórgia por 2-0 em Tbilisi. Os jovens lusos fizeram uma exibição para esquecer, principalmente no primeiro tempo, e foram vergados pela seleção mais fraca  (na teoria) do grupo.

Portugal tem de vencer os jogos com Países Baixos e Bélgica se quiser seguir em frente para tentar conquistar o Euro Sub-21 que nunca venceu.

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Para abrir caminho rumo ao título que falta no palmarés da formação de Portugal, pedia-se ambição, vontade e querer para bater a Geórgia, uma das seleções organizadoras da prova. E pedia-se que Rui Jorge tivesse feito uma antecipação do que os seus pupilos iam encontrar: uma Geórgia a fechar num 5-4-1, com quase todos os jogadores atrás da linha da bola, a defender e a fechar todos os espaços para a sua baliza.

O 4-4-2 losango de Portugal pouco ou nada fez para ferir os georgianos. Os quatro médios, quase todos iguais em termos de caraterísticas - Tiago Dantas, João Neves, André Almeida e Afonso Sousa - jogavam a passos, com pouca velocidade na circulação da bola. Vitinha andava perdido no meio dos quatro centrais georgianos, Pedro Neto raramente tinha bola.

Era do lado esquerdo, com o projetado Nuno Tavares que Portugal tentava criar perigo, mas o lateral do Marselha pouco conseguiu. Mesmo quando ganhava na velocidade, aparecia um georgiano.

Empurrado pelo público da casa, a Geórgia tentava o jogo direto, para o poderoso Gagua. Num desses lançamentos, Tsitaishvili lançou longo, Tomás Araújo facilitou (foi empurrado), perdeu o timing de ataque à bola que chegou a Gagua: receção, um toque para a frente e remate para golo. Ao primeiro remate a Geórgia marcava, aos 37 minutos.

Se estava mau com o 1-0, pior ficou com o 2-0, no primeiro minuto de descontos da primeira parte: canto de Tsitaishvili e o central Sazonov a cabecear para o fundo das redes de Celton Biai. Nem precisou de saltar. Falha tremenda de Henrique Araújo, numa exibição para esquecer do central português.

O ataque de Portugal nos primeiros 45 minutos pode ser resumido num remate de longe de Afonso Sousa que o guardião Kutaladze defendeu com os punhos. Demasiado curto para quem quer vencer a prova.

Rui Jorge tentou corrigir a má leitura do jogo e lançou Francisco Conceição e Henrique Araújo no segundo, para os lugares de Afonso Sousa e Vitinha, mostrando pouca ambição. A dupla mexeu com o jogo, principalmente o extremo, a dar muito trabalho ao lateral direito contrário.

Henrique Araújo falhou o alvo por pouco, aos 47, Francisco Conceição viu um seu cruzamento desviado para a barra aos 53, no mesmo minuto em que o guardião Kutaladze defendeu um remate seu com o peito. Em menos de 10 minutos, Portugal produzia o que não conseguiu nos primeiros 45 minutos.

Se a exibição de Tomás Araújo já era para esquecer, não ficou melhor quando o central português foi expulso com vermelho direto, aos 76 minutos. Novamente a ser batido na velocidade por Gocholeishvili, lançado por Gagua, a demorar imenso para fazer falta e depois a derrubar o avançado quando este se preparava para marcar: cartão vermelho direto e livre perigoso.

Portugal terminou o jogo em 3-3-3, a tentar algo, mas a arriscar muito na defesa. Não levou o terceiro porque a Geórgia desperdiçou algumas oportunidades, em lances de contra-ataque mal decididos.

Portugal está a obrigado a vencer os Países Baixos e a Bélgica nos dois jogos que faltam da fase de grupos. Não há margem para erro.

No outro encontro desta primeira jornada do grupo, Bélgica e Países Baixos empataram 0-0, pelo que a Geórgia lidera com três pontos, seguida por belgas e neerlandeses com um, enquanto Portugal é quarto, sem qualquer ponto.

Na próxima jornada, agendada para 24 de junho, Portugal vai medir forças com os Países Baixos.

Os dois primeiros classificados de cada uma das quatro ‘poules’ acedem à fase seguinte da 24.ª edição do campeonato da Europa de ‘esperanças’, que tem 16 participantes pela segunda vez seguida e decorre a partir de hoje entre três cidades da Geórgia e duas da Roménia, estando a decisão aprazada para 08 de julho, na Adjarabet Arena, em Batumi.