Foi a estreia que Portugal queria e desejava, apesar do resultado esconder o fado português do sofrimento.

Com uma Puskas Arena maioritariamente contra si, a equipa das quinas bateu a Hungria, que jogava em casa, por 3-0, com os três tentos a surgirem nos últimos minutos, numa partida que Portugal dominou do início ao fim.

Os campeões europeus entraram como um campeão deve entrar quando defende o seu título, a encostar os húngaros ao seu último terço, obrigando-os a fechar os caminhos para a sua baliza.

Logo aos cinco minutos, Diogo Jota colocou à prova Gulacsi, que viria a ser o elemento em destaque do lago dos magiares. A defesa compacta dos hungaros dificultava a vida a Portugal, que mesmo assim ia conseguindo chegar com perigo à baliza da casa.

Um duelo Jota vs Gulacsi voltou a acontecer nos últimos cinco minutos, mas o húngaro voltou a levar a melhor, antes de uma grande perdida de Ronaldo. Aos 43’, e em cima da linha de golo, o capitão atirou por cima da baliza da Hungria, após passe de Diogo Jota.

A primeira parte terminava com um resultado penalizador para Portugal, que não conseguiu concretizar com sucesso nenhuma das oportunidades criadas.

O segundo tempo começou sem mexidas e com Pepe a testar o guarda-redes húngaro, com um cabeceamento que levava selo de golo, após canto, não fosse mais uma defesa de Gulacsi.

Com o nulo no marcador e Portugal com dificuldades em colocar a bola lá dentro a Hungria começou a acreditar que poderia ferir o campeão europeu e ia respondendo a espaços, apostando no contra-ataque para causar perigo.

Com a equipa a sentir dificuldades no ataque, Fernando Santos retirou Bernardo Silva para lançar mais um homem na frente, com a entrada de Rafa, mas o caminho para o golo teimava em não aparecer.

Aos 80’, balde de água fria para os portugueses, quando Schon, após passe de Nego, bateu Rui Patrício e fez abanar as redes pela primeira vez. Felizmente, veio o auxiliar com uma bandeirola de fora de jogo – havia posição irregular do avançado húngaro na altura do passe -para anular o golo e aquecer as hostes portuguesas.

A equipa precisava de mexidas e depois do golo anulado, Fernando Santos lançou André Silva e Renato Sanches, mudanças que vieram mudar o jogo a favor de Portugal.

Os recém-chegados precisaram apenas de três minutos para fazerem a festa com os colegas. Aos 84 minutos, Rafa cruza pela direita, lançando a confusão na grande área. Raphael Guerreiro, com uma carambola e alguma sorte, encontrou o caminho para o fundo das redes, lançando a festa dos portugueses na Puskas Arena.

A defesa húngara tinha sido derrubada pela primeira vez, mas não seria a única. Três minutos depois, Rafa é derrubado por Orbán no interior da grande área e penálti para Portugal. Cristiano Ronaldo, que se tinha acabado de tornar no primeiro jogador a marcar presença em cinco Europeus, foi chamado a escrever mais uma página de história.

Bola para um lado, guarda-redes para o outro e Ronaldo, aos 87’, fez o segundo de Portugal e o seu 10.º golo em Europeus, o que o tornou no maior goleador da história das fases finais dos Euros.

Mas calma, que não ficou por aqui e o melhor estava guardado para o fim.

No segundo minuto dos cinco de compensação, tempo para arte na Puskas Arena. Portugal arrancou com uma série de 33 passes, até a bola chegar a Cristiano Ronaldo, após combinação com Rafa. Foi um tiki-tuga

O capitão sentou o guarda-redes e rematou para o 3-0, o 2.º de Ronaldo na partida, o 11.º da sua carreira em Europeus.

Em oito minutos, Portugal construiu um resultado que se revela enganador, porque não foi nada fácil chegar a ele. Contudo, a vitória revela-se mais do que justa para os campeões nacionais, que foram os que mais fizeram pelos golos em Budapeste.

Portugal arranca a defesa do título com uma vitória e três pontos no ‘grupo da morte’. Segue-se a Alemanha, no próximo sábado em Munique.

O melhor: Ronaldo

É inevitável. Teve uma incrível perdida na primeira parte, mas recompensou com dois golos nos instantes finais, voltando a ‘molhar a sopa’ em Europeus, pela 11.ª vez. Destaque ainda para as exibições de Pepe, mais uma vez imperial na defesa, e para Renato Sanches, que entrou na segunda parte e entrou bem.

Reações

Fernando Santos: "Tivemos um pequeno período de ansiedade, mas recompusemo-nos bem"

Sem surpresas, Ronaldo foi o Homem do Jogo: "Agora é continuar e no próximo jogo ganhar também "

Danilo: "Precisávamos de desbloquear o jogo com um golo"

Renato Sanches: "Os próximos jogos vão ser difíceis"

Rafa: "Todas as vitórias são decisivas"

Resumo