João Palhinha foi o jogador escolhido para falar à comunicação social, dois dias antes do encontro entre Portugal e Eslovénia (segunda-feira, às 20 horas), a contar para os oitavos de final do Euro2024. O médio falou do futuro a nível de clubes, do próximo desafio e do sonho de voltar a levantar o troféu de vencedor do Campeonato da Europa.

O que falta à Seleção Nacional: "Temos de ser mais objetivos e criar mais oportunidades, porque acho que é isso que nos tem faltado. Criar mais movimentos de rotura e pedir menos a bola no pé para criar desequilíbrios. A equipa está preparada para o que aí vem e a resposta a seguir à derrota com a Geórgia foi muito positiva da parte de todos. Toda a gente aqui quer vencer e fazer história pelo nosso país. estamos muito ansiosos que o próximo jogo venha".

Futuro a nível de clube: "Neste momento estou focado no meu trabalho na Seleção e fazer história pela Seleção. Em relação ao meu futuro, só posso dizer que os dois clubes [Fulham e Bayern Munique] sabem onde quero estar daqui a um mês"

Colega de Sporar: "O Sporar foi um colega que tive a felicidade de privar. É um excelente jogador, muito móvel, de muita luta, um bocado á imagem do que é a Eslovénia. Sesko e Sporar são os avançados e a Eslovénia tem sido uma das surpresas do Europeu. A competitividade tem sido cada vez maior. Sabemos que vamos apanhar uma Eslovénia muito forte, mas eles também sabem que vão apanhar um Portugal muito forte".

Poupança devido aos cartões amarelos: "Sinceramente, o mister escolherá o melhor onze, mas o meu amarelo é irrelevante porque a nossa final é a Eslovénia. Temos é de pensar já neste jogo e não era boa ideia pensar em poupanças. Dois amarelos é curto numa competição com tantos jogos, na minha opinião".

Raça como característica primária: "Todos os jogadores têm o seu papel e dentro do nosso plantel todos têm características diferentes, o que é uma mais-valia para nós. Sabem o jogador que sou e a paixão que tenho pela recuperação de bolas e quem me conhece sabe que isso faz parte da minha imagem. Aliás, acho que é por essa entrega que dou ao jogo que as pessoas gostam de mim".

Gestão da equipa: "Não há aqui gestões. Qualquer jogador está mais do que preparado para jogar e não acredito que haja poupanças. Ao intervalo o mister explicou-me que a saída tinha a ver com o amarelo. Nenhum jogador gosta de sair, mas percebi a decisão. Quem for lá para dentro vai dar o máximo".

Jogo negativo com a Geórgia: "Enquanto profissional, quando há um momento menos bons ficamos a contar os dias até ao próximo. O ambiente é muito diferente quando perdes e quando ganhas e isso nota-se nos jantares, nos convívios, etc.. o que é bom. Não adianta pensar na Geórgia, temos é de pensar na Eslovénia e onde queremos chegar, que é muito longe".

Mudança de sistema: "Se tivéssemos ganho ninguém falava no sistema. Na qualificação jogámos sempre com três centrais e só tivemos vitória, mas vai da opinião de cada um. Temos equipa para jogar em qualquer sistema, mas seja em que sistema for vamos estar preparados para dar uma grande resposta. Vamos com tudo".

Melhores seleções: "Roberto Martínez perguntou-nos ontem à mesa qual era a melhor seleção. Eu olho para a Espanha que é sempre muito forte e para a Áustria que tem sido uma grande surpresa e teve muito mérito na qualificação. Depois de nós, essas e a Alemanha são as mais fortes".

Evolução como jogador: "Ter ido para a Premier League obrigou-me a evoluir, porque competimos entre os melhores. Os anos no Braga, Sporting e Fulham permitiram-me crescer todos os anos, mas ainda tenho por onde evoluir e acho que evoluo todos os anos".

O que falta a Portugal: "Se formos ver os jogos que tivemos contra as equipas em bloco baixo, faltou-nos objetividade. O facto de as equipas jogarem cada vez mais dessa maneira contra nós obriga-nos a crescer enquanto equipa. Independentemente do sistema, de certeza que o mister vai escolher a melhor equipa e sistema e tenho a certeza que vamos fazer um excelente jogo, seja de que maneira for".

O que é preciso mentalmente para vencer: "A motivação vai estar lá em cima como esteve até agora e o discurso interno é que queremos ganhar todos pelo nosso país e repetir o que foi feito em 2016. É um orgulho para todos nós estarmos aqui, para alguns é o último Europeu e isso traz responsabilidade. Acreditem que não há maior motivação para um jogador do que representar o seu país".