Nuno Espírito Santo falou pela primeira vez sobre a sua saída do Valencia. O técnico português não guarda rancor mas sublinha que os adeptos poderiam ter ajudado mais a equipa. O português sublinhou que o seu futuro no clube ficou traçado logo no dia da sua apresentação, quando ouviu assobios pela primeira vez.
"O primeiro dia no Mestalla esta época, o da apresentação, foi uma surpresa ser assobiado. Os adeptos consideravam que eu não era a pessoa indicada, mas não tinha nada a ver com o fator desportivo. Olhando para trás, se calhar esse teria sido o momento adequado para deixar o Valencia", disse Nuno, que diz não encontrar motivos para a queda de rendimento da equipa de uma época para outra.
"O que fiz quando cheguei ao Valencia foi colocar-me um desafio que era chegar à Liga dos Campeões. Este ano vínhamos de conseguir 76 pontos... claro que fiquei surpreendido [com os assobios]. O problema não era desportivo mas sim social. Desportivamente consegues 76 pontos, o plantel é o mesmo, o corpo técnico é o mesmo, os donos são os mesmos... não entendo", disse Nuno, em conferência de imprensa.
Nuno não foge das duas responsabilidades mas defende que os adeptos poderiam ter ajudado mais a equipa.
"Sou o único responsável pela quebra que tivemos e pelo facto de não ter dado continuidade ao que fizemos na época passada. A presidente, Lim e eu conversamos muito. Chegámos à conclusão de que a situação não estava bem. Tentei dar o máximo. Houve consenso total na decisão. Compreendo que que houvesse conflito. Mestalla é exigente e houve momentos em que não apoiou a equipa", disse o ex-treinador do Valencia.
O técnico luso é de opinião que os jogadores podem render muito mais mas alerta para a juventude do plantel e para a necessidade de se dar tempo aos mais novos.
"Creio que poderão dar mais, mas precisam de se sentir acompanhados. Os adeptos têm de entender a juventude deles", analisou Nuno, mostrando-se preparado para abraçar novos projetos.
"Em breve estarei a trabalhar como treinador. É o que gosto de fazer. Vou ser valenciano para sempre. Não é uma despedida, é um até já", destacou.
*Artigo atualizado
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