Mourinho e Guardiola são duas pessoas diferentes. Têm duas formas de liderança diferentes. Mas ambos são exemplos de sucesso, de boa ‘chefia’.
O Juan Carlos Cubeiro é professor universitário e diretor do Eurotalent e é dele o livro Mourinho vs Guardiola, dois métodos para um mesmo objetivo, onde explica as diferenças entre os dois treinadores, que comungam, no fim, do mesmo objetivo, numa entrevista à Rádio Renascença.
Usando exemplos do quotidiano, para que seja mais rápida a perceção do que cada um representa, Cubeiro compara o português à Apple e o catalão à Google.
«Utilizamos a metáfora da alta tecnologia para os definirmos. Entendemos que Mourinho é como a Apple de Steve Jobs, no sentido em que cria a sua própria identidade. É um ícone, cria tendências: Jobs não perguntava aos clientes o que queriam, surpreendia-os com algo que eles não conseguiam imaginar. Já Guardiola é como a Google, mais próximo, mais acessível. São dois exemplos de êxito, dois modelos diferentes e com cada um se pode aprender», explicou, lembrando que há três grande diferenças a ter em conta: «o modelo de empresa, o tratamento das grandes estrelas e a aposta na cantera e a aposta ‘nos guerreiros’».
Ao contrário do que possa transparecer, Mourinho também é humilde.
«Nesta altura temos que repensar o que significa ‘humildade’, que na realidade quer dizer ‘aprender’. A humildade de Guardiola é uma humildade explícita, é uma pessoa que aprende e que o manifesta. Mourinho quer mostrar autoconfiança, quer defender os seus jogadores, servir de para-raios, mas também é muito humilde, porque sempre aprende em cada um dos clubes e isso prova-se quando a segunda época é sempre melhor que a primeira. Ambos são parecidos na humildade de aprender, mas são diferentes na forma como se manifestam publicamente», explicou.
Para além de outras análises, destaque para as comparações que Cubieiro faz com grandes nomes da política mundial, com Mourinho a ser ‘o homem de ferro’.
«Mourinho tem algo de Helmut Kohl, Mitterrand, Reagan ou de senhora Thatcher, políticos que terminaram com a guerra fria ou acabaram com o Muro de Berlim», rematou.
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