O Benfica procura, esta noite, o quinto apuramento para os quartos de final da Liga dos Campeões e aquilo que FC Porto e Sporting não conseguiram no passado recente (e até mesmo o próprio Benfica há umas décadas): eliminar o Borussia Dortmund nas competições europeias.

A vantagem conseguida no encontro na Luz é tangencial e, por isso mesmo, perigosa para os ‘encarnados’, que vão ser alvo de uma enorme pressão dos ‘black and yellows’, quer no relvado, quer nas bancadas do Signal Iduna Park. Um golo de Kostas Mitroglou e uma exibição assombrosa de Ederson contrariaram um jogo de quase total domínio por parte dos alemães, o que deixa antever muitas dificuldades para o encontro em Dortmund. Difícil? Certamente. Impossível? Jamais.

A equipa da Luz terá ainda oportunidade de ‘vingar’ o triste desfecho de há 54 anos, na única vez (até esta eliminatória) que as duas equipas se defrontaram em partidas oficiais. Em 1963/1964, o Benfica chegava à Alemanha depois de uma vitória por 2-1 (golos de Simões e Eusébio) na primeira ronda da Taça dos Clubes Campeões Europeus. A vantagem igualmente tangencial e perigosa acabou por ser dizimada no encontro da segunda ‘mão’, este já sem o 'pantera negra', a contas com uma lesão: goleada por 5-0.

Eusébio não conseguiu ajudar o 'seu' Benfica a seguir em frente, mas tanto a antiga glória das 'águias' como a reviravolta do Dortmund ficaram eternizadas no museu do clube alemão. De resto, fora de casa, contra equipas germânicas, o Benfica levou a melhor apenas em dois jogos de um total de 22 – seis empates e 14 derrotas.

Hoje, a missão de Rui Vitória também não se adivinha nada fácil. Sem Fejsa nas opções, o técnico deverá operar mudanças no meio-campo, chamando, porventura, Felipe Augusto para atuar ao lado de Samaris. Por outro lado, Pizzi, que tem acusado bastante desgaste nos últimos jogos, terá de recuperar a inspiração e o rasgo doutros momentos para impulsionar o ataque ‘encarnado’ e lançar Mitroglou para o golo.

Rui Vitória pelo menos acredita que a sua equipa corrigiu os erros demonstrados no encontro da primeira ‘mão’. “Ganhámos 1-0, mas fizemos coisas que entendemos que podemos fazer melhor. Não jogámos com uma equipa qualquer, como é evidente. Há aspectos que, melhorando, podem ajudar-nos a criar perigo para o Borussia”, apontou o técnico, na antevisão da partida. “O Borussia vai obrigar-nos a ter cautelas defensivas, mas isso não invalida que, naquelas oportunidades que vamos ter, não queiramos ganhar. Queremos dividir o jogo”, sublinhou Vitória.

Do lado do Dortmund, a grande dúvida prende-se com Raphael Guerreiro, a contas com problemas musculares. Thomas Tuchel não levantou a ponta do véu, pelo que as dúvidas sobre se o internacional português será ou não opção só serão dissipadas no último momento. Confirmadas estão as ausências de Marco Reus, Mario Gotze, Sebastian Rode e Sven Bender, todos lesionados.

O técnico do Dortmund, que considerou o resultado da primeira ‘mão’ “ridículo”, aponta ao poderio ofensivo da sua equipa, visível nos últimos jogos para a Bundesliga. “Quando os projetores se ligarem amanhã (hoje) à noite em Dortmund, e com todas as pessoas a apoiarem-nos, o que importa é atacar (…) A equipa sabe que é capaz de marcar muitos golos”, referiu.

Que o diga Aubameyang. O avançado gabonês falhou um penálti na Luz, mas parece já ter recuperado a fome de golos. “Estamos felizes que tenha reagido tão bem depois do jogo com o Benfica e que tenha marcado dois golos ao Friburgo e ao Bayer Leverkusen. Isso é muito importante para a autoconfiança e, consequentemente, muito importante para nós”, vincou.

O Borussia Dortmund-Benfica arranca às 19h45 desta quarta-feira, no Signal Iduna Park, com arbitragem do inglês Martin Atkinson.