
Um erro de António Silva, com o Barcelona a jogar com 10, permitiu que Raphinha fizesse o único golo da partida, que dá vantagem na eliminatória aos catalães, na 1.ª mão do oitavos de final da Liga dos Campeões.
Cento e vinte e quatro golos em 40 jogos. Era com este cartão de visita que o Barcelona regressava à Luz, pela segunda vez esta época. O 4-3, favorável aos blaugrana na fase regular, deixavam água na boca para o que poderia acontecer no novo confronto, desta feita, na fase a eliminar, nos oitavos de final da Champions. O primeiro embate tinha sido uma autêntica montanha russa de emoção, esperava-se por isso, nesta nova fase, algum calculismo extra perante a ocasião.
Dois emblemas em confronto que apareciam no topo dos respetivos campeonatos, mas o gigante catalão com o natural favorito para esta eliminatória.
Uma das dúvidas para este embate prendia-se com a disponibilidade de Di María. O argentino falhou o embate, assim como Florentino. Bruno Lage lançou assim Florentino para o miolo e Andreas Schjelderup para o lado direito do ataque. No Barcelona, muita atenção para dois homens particularmente inspirados a nível atacante: Lewandowski e Raphinha. Só a dupla era responsável por metade dos 71 golos apontados pelo culé no campeonato.
Ao hino da Champions que aumenta o ritmo de cardíaco de qualquer apaixonado de futebol seguiu-se a primeira oportunidade do jogo, e que chance para a equipa dos encarnados. Akturkoglu apareceu em posição privilegiada, mas Szczesny, ele que tem sido tão importante para o Barcelona, fez uma defesa decisiva. São estes momentos que marcam a diferença, sobretudo numa competição como a Liga dos Campeões, mas já lá vamos. Mas o Barcelona não é, como se sabe, equipa de índole matreira, de se meter lá atrás e baixar linhas. Respondeu de pronto, num remate de Frenkie de Jong, que passou a rasar o poste.
O Barça condicionava a saída de bola do Benfica, com Raphinha e Yamal a apertarem o portador de bola. Na frente, a letalidade do costume. Aos 12´, Trubin travou por duas vezes os intentos e o agitar das redes. Primeiro a remate de Dani Olmo e depois na recarga de Lewandowski.
A entrada afoita dos encarnados foi rapidamente anulada. De Jong baixava para ajudar na construção junto do eixo defensiva e transportava a bola para a frente, Lewandowski descia para tocar em tabelas lançando Pedri. Só que se os blaugrana são imperiais no último terço a permeabilidade defensiva também é conhecida. E Cubarsi deixou a sua equipa a jogar com 10, ainda antes da meia hora. Pavlidis rompeu e o jovem central, imprudente, rasteirou o avançado do Benfica, e viu o cartão vermelho. Na sequência do livre, Kokçu atirou para a defesa do guardião do Barcelona. Menos uma unidade na equipa significava que Flick tinha que mexer: Dani Olmo foi o sacrificado, com Ronald Araújo a entrar para reforçar a defesa.
O Benfica tinha agora mais bola, e o Barcelona via-se obrigado a recuar linhas, mas falhava ligação no último terço para encontrar Pavlidis ou Akturkoglu em zonas de finalização. O turco teve uma excelente oportunidade nos pés ainda antes do intervalo: recuperação de Barreiro, a servir com mestria o colega de equipa, e Akturkoglu cabeceou para excelente defesa do guarda-redes do Barcelona. Mesmo sem uma unidade, os culé não deixavam de ameaçar, e Raphinha criou muito perigo, lançado por Pedri, valeu Carreras a limpar.
No segundo tempo cabia ao Benfica explorar a oportunidade para se tentar colocar na frente, tentando aproveitar a superioridade numérica. E o arranque da etapa complementar deu boas sensações. Pavlidis respondeu a um cruzamento atrasado mas faltava novamente pontaria à equipa do Benfica. No lance a seguir, Aursnes atirou para a defesa de Szczesny. Faltava esclarecimento ao Benfica para desiquilibrar, e na frente mostrava-se demasiado perdulário e já se sabe que esses condimentos normalmente saem caro na Liga dos Campeões. Bruno Lage tentava dar mais velocidade ao lado direito e Dahl rendia Tomás Araújo. Um erro individual acabou por prejudicar e de que maneira as aspirações do Benfica no jogo e também na eliminatória. António Silva, num erro de principiante, falhou o passe, Raphinha roubou a bola e fez o que melhor sabe, com um remate cruzado a bater Trubin e a fazer o primeiro da partida, deixando o Barcelona em vantagem. Voltou a ser 'carrasco' o antigo jogador do Sporting.
João Rego, Belotti, Renato Sanches e Arthur Cabral entravam para tentar mudar o destino do Benfica. Aos 83 minutos, o italiano foi derrubado na área, e assinalada grande penalidade, mas o lance foi precedido de fora de jogo. Os encarnados tentavam muito, mas não encontravam o caminho da baliza, perante um Barcelona que cerrou fileiras e complica e de que maneira a vida dos encarnados para a segunda mão na Catalunha.
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