O Paços de Ferreira iniciou, ontem à tarde, a travessia de uma Europa instável, mergulhado na sua própria incostância: Carlitos lesionou-se, no último treino antes da viagem para Israel e o ataque a um bom resultado na primeira mão da terceira ronda de acesso à Liga Europa, amanhã, frente ao Bnei Yehuda, está praticamente nos pés de Cristiano, a referência que sobra no ataque, depois da lesão do goleador William, perdido nas vésperas do último confronto.
Ora, até há pouco tempo, o camisola 10 não queria mais jogar no clube. Agora quer, e ao treinador Paulo Sérgio não resta muito mais do que confiar nessa declaração e torcer pelo melhor - porque, oscilações de vontade à parte, Cristiano é mesmo bom de bola, e a viagem até ao Médio Oriente deve-se ao pé direito dele. De resto, a instabilidade que marca a longa jornada pacense desde o Aeroporto de Pedras Rubras até ao Ben Gurion, em Telavive, via Heathrow (Londres) ultrapassa largamente o clube: é a triste imagem de marca de Israel, que, de resto, chegou já a afastar do país os jogos da UEFA - em 2002/03, o Boavista eliminou o Maccabi Telavive da antecessora da Liga Europa sem passar pelo território, jogando na Bulgária. Desde então, a bola voltou a saltar na capital económica israelita, mas, as ameaças ao território mantêm-se frequentes.
Anteontem, um responsável do Irão declarou que o país está preparado para atingir alvos nucleares israelitas, se for atacado. Em poucos territórios como neste do destino pacense está tão presente a consciência de que o mundo rola ao sabor dos humores de quem tem a bola. O Paços confia-a a Cristiano, e viajou sem particulares medidas de segurança programadas para a estadia.
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