O Caen, lanterna-vermelha da segunda divisão francesa, caiu para a terceira divisão, a três jornadas do fim. A equipa, que foi comprada pelo craque francês Kylian Mbappé, confirmou a queda de divisão na sexta-feira (18) após perder por 3-0 em casa para o Martigues.

A derrota deixa o clube da Normandia a dez pontos da posição de repescagem pela permanência, ocupada pelo Martigues, com apenas nove pontos ainda em disputa.

Dessa forma, a equipa do craque do Real Madrid desde o verão de 2024 não tem mais hipóteses matemáticas de se manter na II Liga.

O Caen entrou em campo na 31ª ronda a precisar de evitar a derrota para manter as suas chances de sobrevivência, mas já estava atrás no marcador após apenas cinco minutos.

Esta descida de divisão encerra uma sequência de 41 épocas consecutivas na primeira e segunda divisões, 18 delas na elite do futebol francês. O clube ainda teve uma breve participação na Taça da UEFA (antiga Liga Europa) em 1992-1993.

O Caen, com sede na Baixa Normandia, é particularmente conhecido por produzir jogadores como N'Golo Kanté e Thomas Lemar, que conquistaram o Campeonato do Mundo de 2018 com a França ao lado de Mbappé.

A descida também piora a semana do avançado do Real Madrid, após a equipa espanhola ter sido eliminado nos quartos de final da Liga dos Campeões diante do Arsenal (derrota por 2-1 no 1.º jogo após derrota por 3-0 no 1.º jogo).

Para os adeptos, apesar da crise do clube já durar vários anos, o jogador do Real Madrid não está isento de culpa.

"Não sabemos quem são, não os ouvimos falar. Eles nem sequer dão uma conferência de imprensa, não sabemos o que estão a fazer", lamentou à AFP Christophe Vaucelle, presidente e fundador da claque organizada Malherbe Normandy Kop.

"Desde a saída de Jean-François Fortin (presidente de 2002 a 2018), tem sido uma catástrofe, um massacre. É difícil atribuir responsabilidade ao clã Mbappé; as decisões da gestão têm sido questionáveis desde 2018", disse Lilian Bellet, adepto e vereador de Caen.

A equipa foi rebaixada para a segunda divisão em 2019 e teve que ser salvo da falência em 2020.

A luta pelo regresso à primeira divisão a qualquer preço aumentou muito o déficit do clube.

Nesta temporada, na sua trajetória rumo à descida de divisão, foram tomadas várias decisões tão impopulares quanto ineficazes, como a demissão, em dezembro, do técnico Nicolas Seube, um ídolo do clube, quando a equipa ainda estava na posição de repescagem (16º).

Sob o comando de seu substituto, o brasileiro Bruno Baltazar, o Caem afundou com sete derrotas em sete jogos.

Quando veio uma reação firme com a nomeação do franco-armênio Michel Der Zakarian em meados de fevereiro, seguida de uma visita de Mbappé às instalações do clube, já era tarde demais.