O ex-futebolista Mário Coluna, que morreu hoje aos 78 anos, afirmou-se como um dos jogadores mais importantes na centenária história do Benfica, clube a que chegou aos 19 anos e no qual integrou uma galeria notável.
Ao lado de Eusébio, que morreu em janeiro, de José Águas, de Torres, José Augusto, Cavém, Simões e outros tantos, Coluna escreveu das páginas mais importantes da história do Benfica, em especial nos seus únicos títulos europeus.
Nascido em Inhaca, em Moçambique, o ex-jogador chegou ao Benfica em 1954 rotulado de goleador, mas o técnico Otto Glória deu-lhe a sua posição verdadeira: a de um dos melhores médios ofensivos nas décadas de 1950 e 60.
O “monstro sagrado”, uma das alcunhas pela qual foi conhecido, iniciou o seu percurso com as cores do Benfica em 1954/55 e foi logo na época de estreia que marcou mais golos, 17 em 32 jogos, entre campeonato (26) e Taça de Portugal (6).
Depois disso, não mais deixou de ser uma das referências do Benfica ao longo de 16 temporadas (1954 a 1970), tendo estado nas duas conquistas europeias, em 1960/61 (3-2 ao FC Barcelona) e 1961/62 (5-3 ao Real Madrid).
Também esses foram jogos míticos para Mário Coluna, numa equipa ainda capitaneada por José Águas – o médio assumiria mais tarde a braçadeira após a retirada do avançado -, que foi fulcral nos dois triunfos.
No primeiro, em Berna, Coluna fez aquele que seria o 3-1, com um remate forte de fora de área, e no segundo, em Amesterdão, fez o 3-3, novamente com um pontapé "canhão2, perante o Real Madrid (Eusébio faria o 4-3 e o 5-3 final).
O “capitão”, estatuto que assumiria após a retirada de José Águas, conseguiu conquistar 19 títulos ao serviço do Benfica: às duas Taças dos Campeões Europeus, somou dez campeonatos e sete taças de Portugal.
O Benfica foi a “casa” de Coluna, mas a antiga glória, que começara no Desportivo Lourenço Marques, ainda representou no final da sua carreira os franceses do Lyon (1970/71) e o Estrela de Portalegre (1971/72), como treinador-jogador.
Foi o início da sua experiência como técnico, que juntou ainda as experiências nos juniores do Benfica e no Benfica do Huambo (Angola).
O “monstro sagrado” teve igualmente percurso notável na seleção portuguesa, estando no melhor resultado de Portugal de sempre: no terceiro lugar no Mundial de 1966, em Inglaterra, durante o qual capitaneou a equipa das “quinas”.
Coluna representou por 57 vezes a seleção lusa, pela qual marcou oito golos. A sua estreia aconteceu aos 19 anos num particular entre a Escócia e Portugal, a 04 de maio de 1955, em que a equipa lusa perdeu por 3-0.
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