O responsável pela arbitragem da FIFA, o espanhol José Maria Garcia Aranda, admitiu “algumas decisões incorrectas” dos árbitros, mas considerou-as como “erros inevitáveis”.
“Algumas decisões no campo não foram correctas, mas é normal que aconteça, tendo em conta que os árbitros são seres humanos”, disse Aranda, prometendo trabalhar no sentido de “tentar melhorar” essas decisões que “não têm sido suficientemente boas”, razão pela qual “treinam todos os dias”.
Para Garcia Aranda, os árbitros “não devem explicar” as suas decisões mais controversas aos jogadores ou à comunicação social, posição apoiada pelo árbitro suíço Máximo Busacca, tido como um bom comunicador e um dos candidatos a dirigir a final: “Não estamos preparados para isso”, confessou.
Já o juiz uruguaio Jorge Larrionda, que apitou o Portugal-Costa do Marfim, considerou que os “adeptos sul-americanos não gostam de ouvir os árbitros a falar de si próprios”.
“Se calhar, é melhor fechar a boca”, disse Larrionda, que irá arbitrar o seu terceiro jogo na prova, o Austrália-Sérvia, na quarta-feira.
A maioria dos 30 árbitros da competição pronunciaram-se numa sessão que decorreu numa escola perto de Pretória, tendo dois dos ausentes sido os árbitros do Mali, Koman Couilbaly, e da França, Stéphane Lennoy, na sequência dos péssimos trabalhos que realizaram no jogos Estados Unidos-Eslovénia e Costa do Marfim-Brasil.
O primeiro anulou, inexplicavelmente, o que seria um golo limpo dos Estados Unidos, o terceiro, que daria a vitória aos norte-americanos, e o segundo por ter sancionado um golo irregular do Brasil, marcado por Luís Fabiano, depois de ter ajeitado a bola com o braço, e por ter expulsado Kaká, com dois amarelos incríveis.
No segundo, o jogador da Costa do Marfim, Kader Keita, correu em direcção a Kaká, projectando-se contra este, levando o árbitro a mostrar o segundo amarelo ao brasileiro.
Garcia Aranda recusou-se a discutir decisões individuais dos árbitros, mostrando-se muito satisfeito com a actuação dos árbitros: “A FIFA está orgulhosa pelo trabalho dos árbitros de todas as confederações até ao momento. O seu nível tem sido alto, muito alto”.
“Temos visto excelentes decisões no terreno de jogo. Com 32 câmaras e milhares de pessoas a fiscalizar essas decisões, é natural que nos apercebamos que algumas decisões não foram as mais correctas”, referiu.
A FIFA preparou um lote de 30 árbitros e seus assistentes, com treinos físicos e psicológicos durante um mês, pagando a cada um 40 000 euros pela sua participação.
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