“Espero o que esperam todos os portugueses: que seja uma campanha de êxito para a selecção e que possamos fazer pelo menos melhor do que fizemos no último Mundial. É sempre esse, penso, o objectivo quando se chega a uma nova competição”, disse à agência Lusa o ex-capitão da selecção.
Como Portugal foi quarto classificado no último Campeonato do Mundo, em 2006 na Alemanha, fazer melhor agora significa estar presente na final do estádio Soccer City, em Joanesburgo.
A cada jogador escolhido por Carlos Queiroz, o mais internacional dos futebolistas portugueses (127 jogos) dá o conselho para “dar o máximo” e “defender as cores do país o melhor que sabe e que pode”.
“Depois, o que pode acontecer não está ao alcance de nós prever ou decidir. O mais importante é ter a consciência de que cada um fez tudo para chegar o mais longe possível”, sublinhou.
Figo recusa comentar a polémica acerca das escolhas de Carlos Queiroz, que foi muito criticado por ter convocado defesas num número considerado excessivo e deixado de fora nomes como João Moutinho, Ruben Amorim ou Carlos Martins.
“Não vou opinar sobre as escolhas, porque não sou o seleccionador. Certamente que se ocupasse essa posição opinaria sobre as decisões que tinha, ou não, que tomar. Eu acho que cada pessoa deve ter gostos, inclinações, e então de certeza absoluta que ninguém pode pensar da mesma forma”, argumentou.
Para o director de relações internacionais do Inter de Milão, agora é tempo de “respeitar as decisões e esperar que os que estão possam fazer o melhor que podem para prestigiar o nome de Portugal”.
O ex-número sete da selecção, eleito pela FIFA melhor jogador do Mundo em 2001, rejeita a ideia de que Cristiano Ronaldo, que conquistou o mesmo troféu em 2008, possa ser afectado pela pressão no Mundial, porque esta “existe sempre”.
Segundo Figo, quando se joga um Mundial e é “o melhor” tem de se lidar com ela: “Trabalhas para seres o melhor e para conquistar coisas, depois seria o contrário não viver com essa pressão. Acho que as coisas têm de ser naturais nesse sentido e cada um deve tentar fazer o melhor que pode”.
Afirmando que a altitude “não é uma razão que possa ser importante para a decisão dos resultados” no Mundial, diz que não tem favoritos à conquista do título, “porque na prática é tudo muito diferente do plano teórico”.
“É indiferente quem seja o favorito, porque tem de demonstrar jogo a jogo que é melhor. Isto é uma pergunta que vocês gostam muito de fazer, mas que não serve para nada. O que é que interessa saber quem é o favorito se, ao final, quem ganhar o Mundial tem de ganhar os jogos todos?”, questionou.
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