Depois de 120 minutos pouco interessantes, a emoção do encontro esteve nos penáltis. Aí a Argentina foi mais forte concretizando todos as suas oportunidades, enquanto a Holanda falhou por Vlaar e Sneijder.
A velocidade do tempo é relativa. Ele anda mais depressa ou mais devagar consoante o nosso interesse. Damos por nós a lamentar quando ele se evapora, ou entendiados quando o ponteiro dos segundos parece ter feito um complô com o dos minutos e das horas e arrastam-se.
Esta quarta-feira, o jogo Holanda – Argentina, referente às meias-finais do Mundial2014, demorou uma eternidade. Na verdade cumpriram-se os habituais 90 minutos do tempo regulamentar, mais os habituais descontos, mais um prolongamento e mais uma série de penáltis. Mas tudo se arrastou da mesma forma que os ponteiros do tal relógio.
Tantos medos, tantas cautelas, tantas faltas e tantos minutos para um jogo que não os merecia. As duas equipas queriam garantir um lugar na final, mas o receio de perder foi maior que a vontade de ganhar.
Durante o jogo, facilmente o olhar desviava-se teimosamente para as bancadas. Aí sim havia espetáculo. Os argentinos, em maioria, faziam-se ouvir no Itaquerão com os mais variados cânticos de apoio à equipa, sempre eufóricos sem desmoralizarem com a chuva, o frio, ou a falta de futebol. Os holandeses eram menos, mas pareciam mais com o apoio dos brasileiros, que, depois da derrota de ontem, só não queriam ver o seu eterno rival na final. Só entravam todos de acordo na hora de assobiar por causa do futebol, ou da falta dele.
O jogo lá decorria sem grande interesse. A Argentina rematou na direção da baliza por Messi aos 15 minutos na sequência de um livre. Higuaín esteve perto de meter a bola dentro da baliza aos 75 minutos, mas até o árbitro queria prolongar o que não merecia prolongamento e marcou um fora de jogo que não existiu.
A Holanda respondeu aos 93 minutos com a sua maior jogada de perigo. Robben rematou e Mascherano cortou no momento certo. Houve mais remates, poucos mas sem sentido prático.
E com isto se seguiu para o prolongamento. Esse teve mais rapidez, mais emoção, foi mais bem jogado, mas na hora da finalização faltava o discernimento. Palacio e Maxi Rodriguez tiveram duas grandes oportunidades mas falharam o alvo, quando tinham tudo para marcar. E depois foi a vez dos penáltis, o último capítulo desta aborrecida partida. Finalmente a tal emoção a sério que todos queriam, o que já não era sem tempo. Vlaar e Sneijder tentaram mas Romero cresceu na baliza, e Maxi Rodriguez confirmou a Argentina na final. O guarda-redes argentino acabou por ser o herói do encontro, ao defender dois penáltis da Holanda. Foi das suas mãos que nasceu a oportunidade de estar na final.
Depois de duas meias-finais tão distintas estão encontrados os dois finalistas: Alemanha e Argentina. O jogo decisivo disputa-se no Estádio Maracanã no próximo domingo.
O terceiro e quarto lugar será definido entre Brasil e Holanda num jogo agendado para sábado no Estádio Mané Garrincha, em Brasília.
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