Para uma seleção que já teve Damien Duff, Roy Keane ou Shay Given, não há agora muitos nomes que saltem à vista na lista de convocados da República da Irlanda para a partida contra a seleção portuguesa.

Olhando para o lado mais teórico, a seleção portuguesa é naturalmente favorita à vitória. Ainda assim, e tendo em conta que este é o último teste antes do início do Mundial, há vários fatores que entram em jogo no MetLife Stadium.

Começando pelo óbvio: Cristiano Ronaldo continua em dúvida. O avançado ainda está a recuperar e não se sabe se Paulo Bento vai arriscar a utilização do melhor jogador do Mundo numa partida que conta para muito pouco, a menos de uma semana da estreia contra a Alemanha.

Se do lado das quinas só se fala em Ronaldo, do lado irlandês o destaque vai para a ausência de John O’Shea. O defesa que se destacou ao serviço do Manchester United está lesionado e não vai a Nova Jérsia. No centro da defesa devem estar Richard Keogh e Shane Duffy, dois jogadores fisicamente fortes mas longe da experiência de O’Shea (Duffy teve a sua primeira internacionalização no último amigável da Irlanda, contra a Costa Rica).

Mais para a frente no terreno deve estar Aiden McGeady. O extremo de 28 anos joga no Everton e é conhecido pela elevada capacidade técnica. Tão conhecido que até já tem uma finta com o seu nome, o “McGeady Spin”, uma variante da Roleta de Marselha celebrizada por Zinedine Zidane.

Na frente de ataque aparece o nome mais sonante: Robbie Keane, o ponta-de-lança que foi um ídolo do Tottenham durante os primeiros anos do atual século. Agora com 33 anos, o ponta-de-lança continua a ser a grande estrela da seleção irlandesa e vai “jogar em casa”, visto que defende agora a camisola do LA Galaxy. A capacidade de finalização de Robbie Keane, juntamente com a capacidade para vir buscar jogo ao meio campo, tem de ser levada em conta por Paulo Bento.

Outras possíveis figuras dos “Boys in Green” são Kevin Doyle e Shane Long. O primeiro, com 30 anos, marcou o golo que valeu o empate contra a Costa Rica. É um avançado possante e com um índice de trabalho muito elevado, qualidades que exibiu com a camisola do Queens Park Rangers, na última época, por empréstimo do Wolves.

Shane Long, de 27 anos, marcou o golo que ditou um empate contra a Inglaterra em 2013, em pleno Estádio de Wembley. Sob o comando de Giovanni Trapattoni, Long jogou como extremo direito na seleção irlandesa, mas é no centro do ataque que as suas qualidades vêm ao de cima.

A seleção de Paulo Bento parte para este jogo com a vontade de vencer para motivar a equipa para o Campeonato do Mundo que se avizinha, mas o selecionador deve voltar a dar prioridade a experiências táticas e gestão de esforço físico.