Pour l’éternité foi a icónica manchete do jornal desportivo francês L’Équipe no dia 13 de julho de 1998, quando a França celebrava seu primeiro título mundial após despachar o Brasil na final, numa contagiante euforia que elevou o espírito dos franceses com a primeira conquista mundial no futebol. E três dias depois do vigésimo aniversário da conquista de Zidane e companhia, novamente os bleus erguem a taça mais valiosa do futebol.
A França de 2018 não tem um camisola 10 clássico como Zidane, o líder daquela seleção de 1998, mas em compensação ganhou um novo talento para os próximos anos e mundiais. Kylian Mbappé já havia assombrado a Europa com exibições soberbas pelo Mónaco na Liga dos Campeões. Agora o mundo conhece este jovem que nem nascido era quando seu hoje treinador, Didier Deschamps, ergueu o mesmo troféu há 20 anos no Stade de France. O potente avançado, que na época passada trocou a equipa de Leonardo Jardim por muitos milhões de euros para vestir as cores do Paris Saint Germain, tem pela frente bem mais que um promissor futuro.
O título mundial aos 19 anos, com golos importantes como os contra a Argentina nos oitavos e o último golo francês na final contra a Croácia, elevaram o status de Mbappé no futebol mundial. Talvez ninguém tenha sentido falta de Benzema, anterior ‘dono’ da emblemática camisola 10 francesa, descartado por Deschamps desde o último Euro, já que o jovem avançado, crescido nos subúrbios parisienses, demostrou estar pronto para desafios maiores. Será interessante acompanhar a próxima época do PSG, em que sua jovem estrela volta da Rússia como campeão e ídolo, e o principal jogador da equipa, Neymar, deixou o Campeonato do Mundo com a imagem mais que desgastada.
A França tem uma excelente geração que pode dominar o futebol europeu e mundial nos próximos anos, tal como o fez a Espanha entre o final da década passada e os últimos anos. A geração de Pogba e Mbappé pode sim marcar época no futebol. Que as demais seleções possam inspirar-se no sucesso francês para elevar o nível das camadas jovens e revelar mais talentos como o jovem de Bondy. Mbappé, para os franceses, passa a representar não só um risonho futuro, mas um presente grandioso no futebol.
Yuri Bobeck é jornalista, com passagens por rádio UEL FM, jornal Lance!, TV Cultura e TV Globo. Escreve para o SAPO neste Mundial’2018.
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