A diretora do Turismo da Câmara de Campinas, Alexandra Caprioli, salientou, em entrevista à agência Lusa, a visibilidade que a cidade teve com a presença da seleção portuguesa de futebol, esperando que esta traga mais contactos comerciais.
Reconhecendo que Campinas tem "um turismo muito ligado aos negócios, não é uma cidade turística", Alexandra Caprioli disse que "há muitas empresas brasileiras interessadas em investir em Portugal e muitas empresas portuguesas que são fortes no Brasil" e que a presença da "equipa das quinas" pode melhorar esse intercâmbio comercial, com a cidade como eixo.
"Para nós, o mais importante foi a visibilidade. O facto de ter sido uma seleção muito acompanhada pela imprensa, devido ao Cristiano Ronaldo, captou o interesse dos próprios brasileiros e a divulgação do nome da cidade na Europa, através dos media portugueses. Para nós, isso é uma coisa importante. Temos um voo direto para Lisboa, somos um porto de entrada para os europeus aqui no Brasil", realçou.
De acordo com a responsável, muitas pessoas "não sabiam que Campinas existia e ficaram a conhecer a partir da escolha da seleção", esperando que "isso traga outros contatos comerciais" e reconhecendo que "há vários intercâmbios que acabaram por acontecer pelo interesse que a cidade gerou".
"É uma seleção exigente, que escolheu um dos melhores hotéis do Brasil (...). O facto de a seleção ter escolhido e relatar que está satisfeita com o atendimento, com a escolha, independentemente da estratégia, se foi acertada em termos de clima, isso reforça muito a estrutura da cidade", disse.
Alexandra Caprioli destacou ainda a importância do aeroporto de Viracopos, que "é muito central e com muitos voos para o país inteiro", a "hotelaria de excelência, bastante grande, voltada para os negócios", realçando que "as pessoas ficaram a saber que Campinas tem essa estrutura".
"É lógico que foi feito um grande investimento para reconstruir, reformar esse centro de treino, que será um legado para a equipa. A Ponte Preta terá um lugar maravilhoso para treinar a partir de agora. Temos um projeto para as olimpíadas. Temos vários centros de desporto na cidade que são capacitados para receber seleções que treinam para as olimpíadas, que elas sempre vêm fazer a aclimatização em outras cidades que não o Rio de Janeiro", referiu, dizendo que já falou com responsáveis portugueses sobre a possibilidade de regressarem a Campinas em 2016.
Considerando que "ninguém gosta de críticas", embora sirvam "para incentivar a melhorar", a responsável disse não concordar com algumas e sublinhou que "Campinas é uma cidade que tem uma posição bastante privilegiada em termos de qualidade de vida" no Brasil.
"Muitos criticaram em relação ao local onde a seleção treinou. Aí a minha resposta era muito simples: se eles escolheram e estão a achar bom, é o que basta.
O meu acordo era com a Federação Portuguesa e eles estão satisfeitos e fazem questão de o dizer. A perceção que temos é que os portugueses são muito reservados e não são muito de elogiar. Na própria Federação não são de elogiar à toa, pensam 10 vezes antes de fazer qualquer comentário positivo. Por isso, sentir que se eles estavam satisfeitos para nós basta, porque foi cumprido o que estava definido. Ficamos chateados de não agradar mais, mas ficamos felizes por termos cumprido o que estava combinado", disse.
Antes da chegada de Portugal, Alexandra Caprioli disse que a cidade esperava 15.000 turistas, um número que ainda não pode comprovar, embora tenha "a noção de que a cidade está com um volume de jornalistas muito grande", o que era percetível em todas as conferências da seleção.
"Há muitos turistas na cidade, muitas vezes não ficando aqui, mas usando o aeroporto de Viracopos como um ponto de transição, por ter uma companhia aérea que voa para todos esses destinos. Ao circular na cidade, percebemos que houve um aumento do número de turistas", referiu.
Portugal escolheu Campinas como "quartel-general" no Mundial2014 de futebol, tendo chegado à cidade do interior de São Paulo a 12 de junho.
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