Um jogo de nervos, de fazer roer as unhas, com sofrimento até quase ao final. Incontornável figura do jogo, Cristiano Ronaldo viu ‘baixar’ em si Pedro Álvares Cabral, e com um hat-trick mostrou qual a nova rota para o Brasil. Foi preciso primeiro fazer escala na Suécia e vencer por 3-2 (4-2 no cômputo das duas mãos), mas Portugal garantiu o apuramento.
A equipa das quinas esteve a maior parte do jogo por cima. Gerir a vantagem de 1-0 não era estratégia de Paulo Bento e não o foi. A Suécia entrou mais agressiva, muito menos apática do que o jogo na Luz, mas durou 15 minutos, altura em que Bruno Alves, de cabeça e na sequência de um livre de Moutinho, obrigou Isaksson a defesa apertada.
Portugal começou a ganhar terreno e a chegar mais perto. O golo teimava em não aparecer e foram muitas as ocasiões desperdiçadas. A primeira foi mesmo por Ronaldo, aos 36 minutos, a cruzamento de João Pereira. Ronaldo não marca só golos, também os dá de bandeja. Aos 39’, cruzamento milimétrico para a cabeça de Hugo Almeida, a cabecear à malha lateral. O avançado podia ter feito melhor. O capitão da Seleção teve ainda uma boa ocasião aos 42’, num bom passe de Nani, Ronaldo a romper na grande área, com a bola a passar por cima.
Mas o grande espectáculo de golos estava marcado para a segunda parte, onde, aí sim, se viu o esperado duelo entre CR7 e Ibra, que quase ganhava nesse confronto.
Logo a abrir, Ronaldo fez o primeiro. Um passe de ‘gigante’ de Moutinho, outra vez em grande plano, tal como na primeira mão, para a velocidade de Ronaldo. Estava feito o primeiro da partida e o 2-0 na eliminatória. Portugal inteiro pensou que o bilhete para atravessar o Atlântico estava garantido, mas eis que Ibrahimovic resolveu aparecer. O avançado sueco passou ao lado dos dois jogos, esteve bastante longe do jogador do PSG, só que um ‘bis’ muda logo tudo.
Ibra apareceu aos 68’, num cabeceamento a canto, com Bruno Alves a encolher-se e a deixar Patrício à mercê da bola. Quatro minutos volvidos, livre direto perfeito e um susto de morte para a equipa das quinas. Os suecos gritavam pela sua selecção, com os cânticos a durarem cinco minutos. Aos 77’ e aos 79’, o ‘Comandante’ da Nau portuguesa puxou dos galões e, primeiro a passe de Hugo Almeida, depois de Moutinho, fechou a sua conta em três golos e um carimbo gigante no passaporte. É o mesmo que dizer que o jogo teve selo de Ibrahimovic e um carimbo de Ronaldo.
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