Depois de disputados 56 dos 64 jogos previstos no programa, o Mundial 2018 na Rússia pára por dois dias, nesta quarta e quinta-feira. Mas os jogadores já estão com a cabeça nos quartos de final.

França dá o apito inicial
Os quartos de final começam na sexta-feira com a França de Kylian Mbappé contra o Uruguai em Nizhny Novgorod (15h00) e Brasil contra a Bélgica em Kazan (19h00).

Para os 'Bleus', a participação na competição virou uma disputa contra equipas da América do Sul. Os franceses eliminaram a Argentina de Lionel Messi nos oitavos (4-3) e agora defrontam a 'Celeste' de Luis Suárez.

Antes de talvez encontrar a seleção de Neymar nas meias finais? Seria uma campanha interessante no momento em que a França celebra os 20 anos do seu título mundial.

Mas ainda é um pouco cedo para tais projeções. A questão para os franceses é saber se o atacante uruguaio Edinson Cavani terá condições de jogar depois de ter sentido dores musculares na região dos gémeos.

O defesa francês Adil Rami, conhecido por sua franqueza, foi taxativo: "A desgraça de uns é a alegria de outros.Estamos a falar de um dos melhores avanaçados do mundo, que estava com total confiança. Não será nada mau para nós. Eu tive uma lesão nessa zona e tentei vencer a ciência. Se ele jogar, terá vencido a ciência. Precisamos de parar de acreditar que ele estará disponível".

Suárez 'alfineta' Griezmann
"Eu sei que 'Edi'(Cavani) terá a vontade, a atitude, a dedicação, a força, que fará de tudo para poder estar lá, mas isso não depende apenas dele", disse o uruguaio Luis Suárez, enquanto o Uruguai treinou na terça-feira sem o seu artilheiro do Mundial.

Suárez também falou à imprensa sobre Antoine Griezmann, o atacante francês que bebe mate, é adepto do Peñarol e que se diz uruguaio de alma. "Ele não conhece o sentimento de ser uruguaio, não conhece a dedicação e os esforços que os uruguaios fazem desde cedo para conseguir ter sucesso no futebol, apesar das poucas pessoas que somos". O jogo está lançado.

Do lado do Brasil, o lateral Marcelo e o avançado Douglas Costa voltaram a treinar na terça-feira. O técnico Tite também pode esperar a recuperação de dois potenciais titulares contra a Bélgica.

Inglaterra depois do sufoco
No sábado será a vez de Suécia e Inglaterra (15h00) em Samara e Rússia contra Croácia em Sochi (19h00). Os "Três Leões" de Gareth Southgate poderão recordar a vitória sobre a Colômbia nos oitavos de final. Eles tiveram que suportar o jogo físico (6 cartões amarelos para os colombianos) e não afundaram mentalmente no momento da disputa nos pénaltis (1-1 nos 90 minutos e prolongamento, 4-3 nos pénaltis).

Esta é a primeira vez que os ingleses sobrevivem a uma disputa de penáltis num Mundial, depois dos fracassos de 1990, 1998 e 2006. Eles esperaram 12 anos para chegar aos quartos de final de um Campeonato do Mundo.

"Nós sabíamos o que tínhamos que fazer, continuámos calmos, não entrámos em pânico", disse Eric Dier, autor do penálti vitorioso.

O que pensar da Suécia, que não alcançava os quartos de um Mundial desde 1994? Vladimir Petkovic, técnico da Suíça eliminada pelos suecos (1-0), diz: "Todos duvidam deles, pensam que são medíocres. Mas são poderosos, homogéneos".

Rússia, convidada surpresa
Os quartos de final de Sochi são totalmente inesperados. A Croácia impressionou na primeira fase ao humilhar a Argentina por 3-0. Com as pérolas Luka Modric e Ivan Rakitic, a equipa entrou para o grupo dos favoritos.

Mas ninguém apostou um rublo na Rússia, 70º no ranking da FIFA A "Sbornaïa" encontrou dois heróis, o guarda-redes Igor Akinfeev, que eliminou a Espanha nos oitavos-de-final (1-1, 4-3 nos pénaltis), e seu técnico, Stanislav Cherchersov, ex-guarda-redes conhecido poor ser pragmático na sua abordagem.

O país anfitrião pergunta-se se o famoso bigode de Cherchersov conseguirá dois feitos: chegar às meias-finais e levar para o estádio de Sochi o presidente Vladimir Putin, o único homem do país que parece não ter interesse pelo Campeonato do Mundo.