“É nesse primeiro passo (Costa do Marfim) que temos de nos concentrar e depois no seguinte. Espero que seja uma longa caminhada”, disse o internacional português, recusando estabelecer um objectivo ou uma meta para a selecção portuguesa, quando se está perante um desafio como um Mundial, até porque “depende de muitos factores”.
Importante para Simão é que a selecção “dê tudo em campo, trabalhando de forma afincada, com prazer e sentido da responsabilidade”, porque, se o fizer, “ficará de consciência tranquila e mais perto de atingir o sucesso”.
Simão é a voz da experiência no seio da equipa das "quinas”, ele que poderia estar prestes a entrar no lote restrito de jogadores que disputaram três Mundiais, não fosse uma grave lesão que sofreu no último jogo de preparação com a Finlândia, que o privou de participar na edição de 2002, disputada na Coreia do Sul e Japão.
Passado esse mau momento na sua carreira, participou no Euro2004, em Portugal, na qual chegou à final, e no Mundial2006, na Alemanha, onde realizou sete jogos e exibições que ajudaram a equipa a alcançar o quarto lugar.
Aos 30 anos, Simão é o jogador português no activo com maior número de internacionalizações, facto que lhe confere maior responsabilidade, mas isso não o inibe.
“A responsabilidade não é um fardo, é um prazer. Esta é a lei da vida e da selecção. Quando era mais jovem e aqui cheguei, fui extremamente bem recebido pelos mais experientes e fui crescendo no espírito de selecção, que é, sem dúvida, especial”, referiu Simão, assumindo ser um dos que agora pode “transmitir aos mais jovens os valores, a cultura, a noção de responsabilidade e honra que é vestir a camisola de Portugal”.
Tudo indica que Simão vai chegar à África do Sul como o quinto jogador português mais utilizado de todos os tempos, depois de ter igualado a marca do guarda-redes Vítor Baía (80 jogos) no particular de terça-feira, com os Camarões.
Se jogar contra Moçambique, no último jogo de preparação antes do início do Mundial, chegará aos 81 jogos, igualando João Vieira Pinto.
À sua frente ficarão apenas quatro nomes históricos como os de Figo (127 jogos), Fernando Couto (110), Rui Costa (94) e Pauleta (88).
Simão chega à África do Sul pouco tempo depois de ter conquistado um dos títulos mais importantes da carreira, a Liga Europa, ao serviço do Atlético de Madrid. Uma vivência que, acumulada à que viveu na caminhada até às meias-finais do Mundial 2006, podem ser muito úteis a Portugal.
“Essas experiências são importantes, fizeram-nos crescer como jogadores e como equipa, mas não garantem qualquer resultado. Todos os jogos são únicos e têm de ser encarados da mesma forma, com a máxima concentração e empenho”, disse Simão, para quem, “além da maturidade dos mais experientes”, faz falta “a irreverência e a ambição dos mais jovens”, para que a selecção possa “fazer um grande Mundial e dar uma alegria a todos os portugueses”.
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