Na ficha de jogo constava o nome China, mas na cabeça dos jogadores era lido como Coreia do Norte, com quem Portugal medirá forças a 21 de Junho, no segundo encontro da fase de grupos do Mundial 2010.
As ausências de habituais titulares - como Bosingwa, Ricardo Carvalho, Pepe e Deco - não impediram uma exibição relativamente agradável de Portugal. Contudo, o problema da ineficácia continua por extinguir e Portugal ficou a dever a si mesmo uma goleada na primeira parte. A equipa de Carlos Queiroz desperdiçou pelo menos meia dúzia de ocasiões de golo.
E como a China não arriscava um milímetro, foi preciso ‘paciência de chinês’ até Portugal inaugurar o marcador. Aos 35 minutos, Ronaldo ganha a bola no flanco, arranca em velocidade para a área e assiste Hugo Almeida, que rematou forte e colocado para o 1-0.
Quando se esperavam e pediam mais golos à 87ª selecção do ranking mundial, Carlos Queiroz fez uma pequena revolução com as entradas de Hilário (estreia), Miguel, Tonel, Pedro Mendes, João Moutinho, Varela (estreia) e Liedson.
As alterações de Carlos Queiroz na segunda parte quebraram o ritmo e dinâmica até então exibidos pela Selecção Nacional. A falta de mecanização e menor velocidade foram evidentes no segundo tempo, caindo a pique o número de ocasiões de golo.
A excepção à monotonia aconteceu aos 66’, com Raul Meireles a rematar ao poste, depois de um excelente cruzamento de Varela. O extremo do FC Porto estreou-se esta noite pela Selecção a todo o gás e foi o único a despertar lances de interesse na segunda parte.
O mau desempenho na segunda parte gerou uma enorme assobiadela do público. Mais surpreendente, chegaram mesmo a ouvir-se ‘olés’ com alguns passes dos jogadores chineses… muito longe do apoio demonstrado aos jogadores nos primeiros 45 minutos.
E como quem não marca arrisca-se a sofrer, Portugal deu esperanças à China e os asiáticos reclamaram penálti aos 86’, por alegado puxão a Ning Jiang num lance muito duvidoso com Rolando, mas o árbitro nada assinalou.
O ambiente só foi aliviado nos descontos com o 2-0 por João Moutinho.
Além dos ensinamentos recolhidos por Queiroz sobre o futebol asiático, o seleccionador ficou também a saber que a segunda linha da equipa precisa de mais minutos e entrosamento para se constituir como uma alternativa credível.
No Mundial será a sério e Portugal terá de mostrar muito mais do que a fraca imagem hoje deixada em Coimbra para fazer boa figura no Mundial.
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