Só a Jiying Plastic Product Corporation, na província de Zhejiang, leste da China, já fabricou um milhão de vuvuzelas e até ao final do Mundial espera fazer mais 300.000 a 500.000.
Segundo outros relatos, fábricas de brinquedos da província de Guangdong, sul da China, fizeram “vários milhões” de vuvuzelas para a África do Sul.
Os custos de produção rondam os 0,6 yuan (70 cêntimos), mas na África do Sul o preço atinge o equivalente a 6 euros (50 yuan), diz a imprensa chinesa. Por ora, o som das vuvuzelas na China ouve-se apenas na televisão, mas deverá chegar também aos estádios chineses em Julho, quando começar o campeonato local.
Uma loja de Shantou, no sul do país, vendeu quase 2.500 vuvuzelas em apenas um mês, revelou a agência noticiosa oficial chinesa. As vendas através da Taobao, a maior loja on-line da China, estão igualmente a “disparar”.
Muitas cabeleiras postiças, bandeiras e outros adereços das claques são também “made in China” e, pela primeira vez, uma empresa chinesa, a Yongli Solar, figura entre os patrocinadores do Mundial.
Mas o que os adeptos chineses querem mesmo é ver a sua seleção qualificar-se para a fase final de um Mundial.
A boa prestação das três selecções asiáticas na primeira ronda do torneio, e em especial a da vizinha Coreia do Norte, entusiasmou a imprensa chinesa.
O presidente da Federação Chinesa de Futebol, Yan Shiduo, que se encontra na África do Sul, disse que chorou de emoção com “o espírito de luta demonstrado pelos norte-coreanos frente ao Brasil”.
“O que nós gostaríamos de ver no Mundial era a nossa selecção e não funcionários ou os produtos baratos que produzimos”, disse o jornal China Daily num editorial publicado no fim de semana.
A China, onde o futebol só se tornou um desporto profissional em 1993, ocupa actualmente o 84.º lugar do “ranking” da FIFA.
Em 2002, pela primeira e única vez, a China conseguiu qualificar-se para a fase final de um Mundial, na Coreia do Sul, mas perdeu os três jogos que disputou, um dos quais por 4-0, com o Brasil, e não marcou um único golo.
Contudo, o futebol é cada vez mais popular e apesar das seis horas de diferença horária, a CCTV (Televisão Central da China) transmite todos os jogos em directo e depois em diferido, durante a manha e a tarde seguintes.
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