O Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) manteve hoje a exclusão do representante do Tondela indicado para a Assembleia Geral (AG), que vai eleger o sucessor de Fernando Gomes na presidência do organismo.

O acórdão do CJ da FPF, hoje divulgado, considera improcedente a contestação à exclusão, em 27 de setembro, de Carlos Marta, que foi eleito delegado na AG da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) como representante do Tondela.

Em 04 de outubro, a Comissão Eleitoral considerou o delegado indicado pelo Tondela inelegível, tendo sido solicitada à LPFP a sua substituição, seguindo o parecer da Procuradoria-Geral da República n.º 32/2017, sobre a elegibilidade para órgãos de federações desportivas sem infrações de natureza criminal, contraordenacional ou disciplinar em matéria de violência, dopagem, corrupção, racismo e xenofobia.

Presidente da Câmara Municipal de Tondela entre 2001 e 2013 e adversário de Fernando Gomes na sua primeira eleição para a FPF, Carlos Marta foi condenado, em 2019, a quatro anos de prisão, com pena suspensa, pelos crimes de prevaricação de titular de cargo político e de falsificação de documentos.

Em sentido oposto, o CJ da FPF aceitou o recurso apresentado pela associação da Guarda, entendendo que quem tem legitimidade para definir os delegados representantes dos jogadores amadores eleitos nesta estrutura regional é a sua direção e não apenas o presidente Amadeu Poço.

O processo de eleição dos delegados à AG da FPF foi desencadeado em 13 de agosto e deveria ter sido finalizado em 30 de setembro.

A AG da FPF é constituída por 84 delegados, 29 dos quais por inerência: os 22 presidentes das associações regionais e distritais, assim como os presidentes da Liga de clubes e das estruturas representativas de treinadores, árbitros, futebolistas, dirigentes, enfermeiros e massagistas e médicos.

Além destes, a reunião magna conta ainda com outros 55 delegados: 20 representantes dos clubes das competições profissionais, oito das competições não profissionais, sete das distritais, cinco dos jogadores profissionais, outros cinco dos amadores, cinco dos treinadores e cinco dos árbitros.

Fernando Gomes, que preside à FPF desde 17 de dezembro de 2011, cumpre o seu terceiro e último mandato, que termina até seis meses depois do ciclo olímpico de 2024.

Nuno Lobo, presidente da associação de Lisboa, é o único candidato anunciado a suceder a Gomes nas eleições que devem ocorrer nos primeiros meses de 2025.