Depois de resultados positivos com o alemão, espanhol e francês, o clube vai alargar este ano a experiência à língua portuguesa.
O programa consiste em seis a oito sessões, que podem ser usadas nas escolas como actividade extra curricular ou durante as aulas das respectivas línguas.
Cada sessão dura 90 minutos, tal como um jogo de futebol.
A primeira parte é dedicada à aprendizagem de palavras que afectem o jogo, como as cores, números ou meteorologia, enquanto na segunda parte é feito um jogo de futebol onde os participantes devem usar o vocabulário adquirido.
Luke Fenton, de 12 anos e aluno da John Fisher Schhol, em Londres, concluiu este ano o curso de francês e gostou de “aprender a terminologia”.
“Aprendi a dizer para passar a bola e golo”, exemplificou.
Uma das professoras responsáveis, Alessandra Cesarato, atesta que o futebol motiva interesse e empenho dos alunos que se inscrevem, na quase totalidade rapazes.
Foi o caso do português Micael Dinis, de 14 anos, fervoroso benfiquista e que completou o curso de alemão na escola Bishop Thomas Grant, em Lambeth, no sul de Londres.
“Gostava de fazer em português, mas não estava na lista”, confessou à agência Lusa.
A introdução da língua portuguesa, anunciada para o ano lectivo que começa em Setembro, foi precedida por uma experiência piloto na escola Lambeth Academy, onde estudam muitos jovens portugueses.
Durante uma visita ao estádio Emirates, Cláudio Pereira, de 14 anos, respondeu ao desafio para traduzir em português como se diz defesa, médio, guarda redes ou balneário. “Gosto de futebol e é fácil”, admitiu.
Para o colega Fábio, mais do que praticar o idioma, que fala em casa e nas férias em Portugal, fazer este curso foi uma forma de “jogar futebol com os amigos”.
O curso atraiu também britânicos e alguns rapazes que “nem sempre se interessam” pelos estudos, notou a professora Monica Lombardelli.
A docente conta que “a atitude muda” e que os alunos “ganham mais confiança e motivação”.
Julie Stoker, consultora em línguas e responsável pelo programa, afirma que este curso ajuda a combater a aversão às línguas estrangeiras.
“Há uma ideia que é aborrecido e no início [os adolescentes] estão relutantes, mas tem sido um sucesso”, afirmou à Lusa.
Até agora já concluíram o curso mais de 5000 alunos de idades entre os 11 e 14 anos e a iniciativa foi premiada a nível nacional e europeu.
Numa equipa com anglófonos, francófonos, hispanófonos, polacos, alemães, holandeses, italianos e um lusófono, o brasileiro Denilson, o treinador é o verdadeiro ícone do multilinguismo.
Arsène Wenger domina seis idiomas: além do nativo francês, fala - e obriga todos os jogadores a falarem - inglês, e ainda alemão, italiano, espanhol e japonês.
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