Depois de seis anos ao serviço do FC Porto, o brasileiro Fernando rumou no verão ao Manchester City para rapidamente conquistar um lugar nos campeões ingleses. Em entrevista ao SAPO Desporto, o jogador de 27 anos conta como tem sido o seu processo de adaptação a uma nova realidade, uma nova língua e um novo campeonato, abordando ainda a rivalidade com o Chelsea e o impacto de José Mourinho.
- Como está a ser a sua adaptação a Inglaterra?
As primeiras impressões têm sido boas. Apesar de a nossa equipa não estar a viver um bom momento, eu estou a fazer muitos jogos e isso é positivo. Não esperava chegar e conseguir logo entrar na equipa, pelo que faço um balanço positivo. São poucas as diferenças para Portugal, mas aqui a intensidade é muito grande e há entradas mais fortes, onde os árbitros dão mais liberdade e deixam seguir a jogada. São poucas, mas há diferenças.
- Jogou com muitos campões no FC Porto, mas no City convive com jogadores de craveira mundial e que já admirava antes. De que forma foi recebido nos 'citizens'?
Aqui deparei-me com grandes jogadores, jogadores que admirava, mas tenho de saber que são jogadores como eu e que tenho de trabalhar para pôr o nosso futebol em prática, para que as pessoas me possam respeitar. Estou a adaptar-me o mais rapidamente possível. Não é fácil, mas temos de lidar com as dificuldades. Temos de estar sempre ao mais alto nível e procurar ajudar da melhor forma.
- Qual foi a importância de ter chegado ao novo clube na companhia de Mangala?
É claro que isso ajuda. Tentamos ajudar-nos um ao outro quando temos dificuldades, conversamos sobre o que fazemos de errado para melhorar. Aqui o Fernandinho também ajuda e quando tenho alguma dúvida sobre a língua em certas palavras esclareço logo com ele.
- O Chelsea lidera já a Premier League de forma destacada. O City está agora sob mais pressão?
Sabemos que a Liga inglesa é muito competitiva, com grandes equipas. Claro que o Chelsea é a equipa que está mais bem colocada e a jogar melhor, mas sabemos que todas as equipas dentro do campeonato oscilam bastante. Não começámos bem, tivemos algumas dificuldades, mas sabemos que em qualquer momento o Chelsea vai passar também por essas dificuldades e então temos de trabalhar para ficar o mais perto possível. Claro que a rivalidade é muito grande, o Chelsea vai tentar manter-se longe e nós só temos de trabalhar. O que nos tem atrapalhado mais nem é a Liga inglesa, é a Liga dos Campeões, onde estamos muito mal. Ainda temos chances em todas as competições e por isso temos de trabalhar para dar a volta.
- Curiosamente, uma das maiores rivalidades de José Mourinho em Inglaterra é com Manuel Pellegrini, o seu técnico no Manchester City. Qual o impacto das palavras do 'Happy One' nos rivais?
Sabemos a forma como Mourinho trabalha e como ele gosta de desestabilizar o adversário. Acompanhei bastante essas situações o ano passado quando estava no FC Porto, mas esse ano tem sido mais calmo. Está a ser tranquilo, mas o nosso técnico Pellegrini dificilmente responde a essas provocações.
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