O Benfica repôs a ordem natural do campeonato ao recolocar em oito os pontos de vantagem para o perseguidor FC Porto, em mais uma etapa de montanha rumo à meta do título. Os encarnados venceram o Marítimo na Madeira por 3-0 na noite de domingo, num jogo tranquilo, sem sobressaltos, onde somaram a oitava vitória seguida no campeonato (recorde da época).
O Benfica é a equipa com mais pontos (65), mais vitórias (21), mais golos marcados (61), menos golos sofridos (13), quando faltam 10 jogos para o final. Só uma catástrofe roubará o título às águias.
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O jogo: vitória sem contestação
Foram três os golos, podiam ter sido mais. Tirando os minutos iniciais em que não deixou a equipa de Roger Schmidt jogar, o Marítimo nunca mostrou argumentos para poder evitar a derrota diante de um Benfica avassalador, que cria perigo de todos os lados. João Mário começou ovelha negra e acabou em cisne, com um golo e uma assistência, depois de duas claras oportunidades desperdiçadas e um penálti falhado.
A lutar pela permanência entre os grandes do futebol português, não seria propriamente o duelo com o Benfica o jogo que iria alavancar o Marítimo, 16.º colocado da I Liga e que só venceu três dos 12 jogos disputados em casa na prova.
Enquanto a ineficácia do Benfica e a inspiração do guardião Marcelo Carné foram funcionando, o Marítimo foi acreditando que talvez fosse possível sair do jogo com um ponto ou mais.
O golo de David Neres no segundo minuto de compensação do primeiro tempo deixou os madeirenses sem reação, os dois de rajada no segundo tempo - João Mário e de, novo, David Neres - desfez as dúvidas: O Marítimo iria somar a sétima derrota nos últimos dez jogos na prova (conta com duas vitórias), a sexta dos últimos seis jogos, o Benfica iria bater o seu recorde de oito triunfos seguidos, ultrapassando a marca dos sete triunfos arrecadados no início do campeonato.
Além da inequívoca qualidade individual e coletiva do Benfica, fica também a falta de qualidade do Marítimo na frente de ataque e os constantes erros individuais na defesa.
Os madeirenses continuam a não ser um verdadeiro obstáculo para o Benfica. Esta foi a sexta vitória seguida da águia diante dos leões da Almirante Reis (19 golos marcados, dois sofridos pelo Benfica nesta sequência), a 10.ª vitória nos últimos 11 jogos, de acordo com dados do Playmaker Stats.
Os 16 pontos nos 24 jogos já disputados na I Liga constituem o pior registo da história do Marítimo.
Já o Benfica (65 pontos após 24 rondas) alcança o melhor registo do clube desde 1972/73 (todas as épocas convertidas a três pontos por vitória), nesta que é também a melhor pontuação de uma equipa na I Liga desde 2010/11.
Momento-chave: Neres para a tranquilidade
Corria o minuto 45+2 do primeiro tempo quando João Mário insistiu uma bola que tinha dominado mal na área madeirense, aproveitou a atrapalhação da defensiva maritimista para cruzar para o desvio de David Neres para o 1-0. O Marítimo nem teve tempo de reagir.
Os Melhores: João Mário acabou mal e terminou bem, Carné brilhou.
João Mário começou por falhar duas grandes oportunidades, aos seis e 17 minutos, em remates que não acertaram com o alvo. Depois falhou uma grande penalidade aos 29, com um remate para as bancadas. Numa tarde/noite que tinha tudo para correr bem, o médio foi a tempo de emendar tudo e fazer uma assistência e um golo, que lhe permite apanhar Gonçalo Ramos na lista dos melhores marcadores da I Liga, com 15 golos.
David Neres, com os dois golos, mostrou estar de pé quente, ele que já tinha marcado diante do Club Brugge. Vai aproveitando as oportunidades, quer nas alas, quer no meio, para ganhar o seu espaço.
A exibição de Marcelo Carné impediu que o Marítimo tivesse perdido por outros números: evitou o golo de Aursnes aos 28, de Neres aos 34 (que defesa!), de Grimaldo aos 45+4, todos no primeiro tempo. No segundo tempo negou o golo a João Neves (82) e a Musa (90+2).
Em noite 'não': Mosquera andou perdido
Apesar de atuar com uma linha de cinco defesas, o Marítimo foi incapaz de travar a avalanche ofensiva do Benfica. Dos homens da linha defensiva maritimista, o central colombiano Mosquera foi o mais castigado. Cometeu demasiados erros que o Benfica aproveitou para penalizar o Marítimo. O lance do 2-0 é exemplo disso: não ataca a bola, engana o seu guarda-redes e deixa João Mário sozinho para marcar.
Reações: Schmidt feliz, José Gomes apreensivo
José Gomes reconhece que situação do Marítimo é difícil, Zainadine diz que equipa deu o máximo
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